
A COP30, que ocorre em Belém, foi palco de um incidente grave envolvendo o prefeito de Parauapebas, Aurélio Goiano (Avante). Na tarde de sexta-feira (14), o gestor municipal agrediu um jornalista durante a cobertura do evento, dentro da “Zona Azul”, área de acesso controlado pela Organização das Nações Unidas. O caso ganhou repercussão nacional e levantou discussões sobre segurança da imprensa em ambientes institucionais.
De acordo com relato publicado pela CBN, o jornalista abordou o prefeito para fazer perguntas quando, inesperadamente, Goiano avançou e o atingiu com um tapa. O profissional perdeu o equilíbrio e seus óculos foram arremessados ao chão. O confronto ocorreu diante de outros participantes da conferência e membros da imprensa.
A reação imediata veio dos próprios seguranças da ONU, que intervieram rapidamente e retiraram o prefeito do local, conduzindo-o para fora do espaço de circulação da Zona Azul.
Após o ataque, o jornalista agredido registrou boletim de ocorrência e prestou depoimento. Ele também foi encaminhado para exame de corpo de delito. Autoridades da Polícia Civil do Pará confirmaram a abertura de investigação para apurar a agressão ocorrida dentro do ambiente da COP30.
A CBN informou que membros da delegação do prefeito tentaram minimizar o episódio, mas testemunhas relatam que o ato foi intencional e sem qualquer provocação física por parte do jornalista.
A agressão levou entidades de imprensa e advogados do profissional atingido a protocolarem pedido de descredenciamento imediato do prefeito junto à organização da COP30. O argumento é de que Goiano representa risco à segurança de outros trabalhadores da imprensa e participantes do evento.
O episódio gerou forte repercussão entre jornalistas, ambientalistas e representantes de delegações internacionais. Organizações de imprensa destacam que um ataque dentro do maior evento climático do planeta revela fragilidade na proteção aos profissionais, justamente em um espaço que deveria simbolizar diálogo e democracia.
Nos bastidores da COP30, delegações estrangeiras demonstraram surpresa com a agressividade do gestor brasileiro em um ambiente diplomático e altamente regulado.
A Polícia Civil segue colhendo depoimentos e analisando imagens do circuito interno da conferência fornecidas pela organização da COP30 e pela CBN. O resultado do exame de corpo de delito deve ser integrado ao inquérito nos próximos dias. A ONU, por sua vez, analisa o pedido de descredenciamento e pode manter a suspensão do acesso do prefeito até a conclusão da investigação.