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Seju fortalece rede de políticas sobre drogas no Baixo Amazonas

Ação reforça a importância de interligar políticas sobre drogas à preservação ambiental na Amazônia

Redação
Por: Redação Fonte: Secom Pará
27/06/2025 às 18h08
Seju fortalece rede de políticas sobre drogas no Baixo Amazonas
Foto: Renata Hage/Seju

Capacitação para a rede de políticas sobre Drogas em Monte Alegre

A Secretaria de Estado de Justiça (Seju) promoveu, nos dias 26 e 27 de junho, capacitação para a rede intersetorial de políticas sobre drogas nos municípios de Santarém e Monte Alegre, na região do Baixo Amazonas. O objetivo foi o fortalecimento do diálogo entre os diversos profissionais que atuam na prevenção e tratamento da dependência química, promovendo assim maior cuidado nos territórios.

A programação contou com a colaboração da Polícia Militar, da Secretaria de Assistência Social e do Conselho Municipal de Drogas de cada cidade. Os temas abordados foram “Governança Participativa: Conselhos como Pontes entre Territórios e Políticas Públicas” e “Equidade Racial nas Políticas sobre Drogas: O Papel da Rede Intersetorial com Povos Tradicionais da Amazônia”, buscando reafirmar o papel estratégico do Estado como protagonista nas políticas sobre drogas e como isso se insere em uma agenda de justiça social e climática.

A primeira formação, sobre governança participativa, foi ministrada pela diretora de Justiça da Seju, Renata Hage, e abordou o papel transformador dos conselhos e da governança participativa. Ao reunir representantes da saúde, assistência social, segurança pública, educação, cultura e sociedade civil, os conselhos são espaços para debates e acordos éticos e políticos, capazes de traduzir as demandas dos territórios em políticas públicas assertivas. A metodologia adotada na atividade, baseada em escuta ativa, leitura territorial e responsabilização compartilhada, valoriza o protagonismo comunitário e a construção coletiva de soluções.

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Já a segunda formação, ministrada pela técnica da Seju, Márcia Miranda Marques, destacou a urgência de reconhecer que os povos tradicionais da Amazônia (indígenas, quilombolas, ribeirinhos e extrativistas) são não apenas alvos desproporcionais das políticas repressivas sobre drogas, mas também defensores do saber ancestral na região e da biodiversidade. Ao mesmo tempo, são as principais vítimas dos impactos ambientais e sociais das mudanças climáticas. Nesse sentido, a capacitação buscou evidenciar que a justiça social é interligada à justiça climática, pois não há combate eficaz às drogas nem preservação da Amazônia sem equidade e respeito às populações que nela vivem.

“Essa capacitação é parte de um movimento maior: garantir que as políticas sobre drogas estejam alinhadas à justiça climática, reconhecendo que os impactos do meio ambiente e da exclusão social recaem sobre os mesmos corpos vulneráveis. Essa perspectiva é ainda mais relevante com o protagonismo assumido pelo Pará como sede da COP 30 e nos debates sobre a importância da preservação ambiental”, explicou Renata Hage.

A representante da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo e integrante do Conselho Municipal de Drogas de Monte Alegre, Selma Naiara, destacou a importância do encontro para a sua atuação profissional. “Hoje temos uma amplitude de vários locais de atuação e poder de mudança na nossa sociedade. Para mim, como servidora pública, essa capacitação foi de grande valia, porque vamos poder multiplicar os saberes aqui adquiridos para a comunidade de Monte Alegre e trazer a sociedade civil para tomar posse dos seus locais de escuta, de fala e de direção”.

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