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Economia brasileira em duas rodas começa pelo consórcio

Cerca de 30% das motos da atual frota circulante foram comercializadas pelo mecanismo

Redação
Por: Redação Fonte: Agência Dino
29/08/2022 às 17h00

Muitos brasileiros têm a motocicleta como instrumento de trabalho. Sua utilização nos diversos segmentos da economia nacional, direta e indiretamente, totaliza uma frota circulante superior a 30,3 milhões de unidades, segundo a Abraciclo Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares.

Para Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, “ao longo de décadas, o consórcio, um dos principais meios para aquisição de motos desde os anos 80, tem sido a alavanca para parcela significativa da comercialização desse meio de transporte no mercado interno”.

Por possuir vantagens exclusivas ao serem utilizadas como ferramenta de trabalho devido à sua agilidade, “as motocicletas e scooters proporcionam, ainda, economia de combustível e baixos custos de manutenção, entre outras, tornando-se fundamental para trabalhadores e empreendedores”, detalha Luiz Antonio Barbagallo, economista da ABAC.

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Tanto empresas como pessoas físicas, de alguma forma, dependem de profissionais motociclistas. Seja para solicitar ou entregar por “delivery” ou para encaminhar com urgência, por exemplo, documentos legais e pequenas encomendas das mais variadas origens e finalidades.

Ao longo dos últimos anos, diante de uma nova realidade, “a mudança de hábitos de consumo propiciou um casamento perfeito entre as compras on-line e esse meio de locomoção e transporte. O período de pandemia evidenciou, ainda mais, essa constatação”, esclarece Barbagallo.

Independentemente do porte, empreendedores individuais, profissionais liberais, pequenas e grandes empresas enxergam vantagens com suas frotas de motocicletas. “Correios, e-commerce, serviços públicos nas áreas de energia ou de segurança, são alguns exemplos”, diz Rossi. E acrescenta, “motoboys, agentes e policiais de trânsito, são mais algumas alternativas, tanto para homens como para mulheres. Aliás, elas estão presentes como motogirls e mototaxistas.”

Para o supervisor de manutenção de logística, Magno Lima da Silva, contemplado recentemente, a preferência pelo consórcio foi “por ter parcelas pequenas que caibam no meu orçamento. Não financiei, em razão dos juros serem muito altos”, justifica. Como ainda está procurando a moto para comprar, Magno esclarece que ela será utilizada nos deslocamentos para os trabalhos, seu e de sua esposa, visto serem bastante próximos de sua residência. “Também devo usá-la para idas a Santos, onde estou construindo e uma moto 125cc atenderá bem às minhas necessidades em função do baixo custo proporcionado.”

Ao analisar a relação das lacrações relativas às vendas totais, levantadas junto à B3, nos últimos doze anos, o Sistema de Consórcios registrou importante contribuição. Variando entre 23,1%, anotado em 2019 - o mais baixo observado no início da pandemia -, até 32,4%, em 2015, “é possível afirmar que a modalidade participou, na média anual, por 28,2% do volume geral comercializado, ou seja, cerca de 30% do mercado de motocicletas zero quilômetro”, detalha Barbagallo.

Nos seis primeiros meses deste ano, foram contabilizadas 632.800 motos comercializadas no país, com 166.978 unidades negociadas com créditos dos consórcios, o que corresponde a 26,4% de participação, conforme levantamento feito nos dados disponibilizados pela B3 e Fenabrave.

Paralelamente, em 11 anos, ou seja, de 2011 a 2021, a frota circulante aumentou 65%. A idade média saltou de 7 anos, em 2011, para 12,2 anos, em 2021, contabilizando um aumento de 74%.

“Se neste período, a participação dos consórcios nas vendas se manteve na média de 28,2%, pode-se afirmar que quase 9 milhões de motocicletas, que rodam no país hoje, foram adquiridas pelo Sistema”, calcula o economista.

Regionalmente, os números de 2021 apresentaram variações, também de acordo com os dados obtidos na Abraciclo, B3 e Fenabrave. Enquanto as vendas do Sudeste somaram o maior volume, com 450.224 unidades, aquelas feitas pelo consórcio representaram uma das menores participações, 13,1%, com 59.199 motos.

Em contrapartida, no Norte, terceira melhor região em comercialização nacional de motocicletas, com 128.578, houve o maior percentual de vendas pelo mecanismo, com 46,4%, chegando a 59.674 veículos.

No Nordeste, segundo maior acumulado do país, o total alcançou 344.493 unidades, com presença de 37,3% pela modalidade, com 128.390 motos, a maior entre as cinco regiões.

Os três estados, que formam a região Sul, reuniram 120.929 unidades. Neles houve o menor percentual de vendas pelo consórcio, 11,8%, com 14.249 unidades.

No Centro-Oeste, região onde o volume de vendas de motos foi o menor do país, com 113.145, as negociadas com créditos de consórcio atingiram 19,3%, com 21.860 motocicletas.

“Os expressivos números apresentados pelo Sistema de Consórcios significam muito mais do que impulsionar a indústria das duas rodas”, comenta Rossi.

Ao facilitar a aquisição por meio de uma forma simples, econômica e planejada, “o consórcio é importante para a geração de empregos e de renda, além de estimular o empreendedorismo e a abertura de negócios relacionados à economia on-line, onde a logística se apoia no segmento motociclístico”, finaliza.

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