As biojoias do projeto Xambiart já conquistaram o Brasil e estiveram presentes até mesmo em novelas, mas, com a pandemia da covid-19, as artesãs perderam muitos clientes. "Eu me inscrevi individualmente, mas trago a produção das artesãs comigo", revela Elisângela Ribeiro Amâncio, de Xambioá, uma das expositoras do 15° Salão do Artesanato - Raízes do Brasil, que ocorre em Brasília (DF) até o próximo domingo, 8.
O evento não é apenas um meio de comercialização direta, como também cartão de visitas para conquistar clientes para encomendas posteriores. "O estande recebe revendedores dos grandes centros, que compram os produtos trazidos ao Salão para revenda e podem se tornar clientes fixos", comemora o superintendente de Cultura do Estado, Relmivam Milhomem.
Somente nos dois primeiros dias da Feira, foram comercializadas 1.004 peças e feitas 378 encomendadas, gerando quase R$ 50 mil em vendas.
O retorno para a comunidade não é apenas financeiro, como também de cidadania, como atesta a presidente da Associação Dianopolina de Artesãos, Eliene Bispo, que trabalha com o capim-dourado. Já o presidente do Centro Cultural Kájre, Gustavo Krahô, lembra que as biojoias e os cofos (cestaria) têm as mulheres como principais produtoras das peças que revelam um pouco do modo de vida indígena, além de ser importante fonte de renda. As etnias Karajá e Xerente também estão representadas no estande do Tocantins.
Realizado com recurso federal, por meio do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), da Subsecretaria de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas, Empreendedorismo e Artesanato, da Secretaria de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação, o Salão abre espaço para a participação de todos os estados. O Tocantins selecionou os participantes por meio de chamada pública e garantiu o transporte dos artesãos e seus produtos a Brasília.