
Belém viveu umamovimentação turística intensanos primeiros quinze dias do mês de novembro, impulsionada especialmente pela chegada de milhares de estrangeiros que visitaram a capital paraense pela primeira vez. A conferência global sobre mudanças climáticas transformou a cidade em vitrine internacional da Amazônia e isso se refletiu nas ruas, nos hotéis, na orla e nos principais pontos turísticos, todos registrados com o fluxo acima do habitual para o período.
Para dar suporte a esse movimento de visitantes, a Prefeitura de Belém, em parceria com o Ministério do Turismo e a Embratur, disponibiliza Pontos de Informação Turística (PITs) em locais estratégicos da cidade . Ostotens eloungesbilíngues(português, inglês e espanhol) estão distribuídos em pontos-chave como a Estação Das Docas, o Terminal Hidroviário Luiz Rebelo Neto, Porto Futuro II, Complexo Feliz Lusitânia, Mangal das Garças e Terminal Hidroviário Rui Barata.
Esses espaços oferecemorientações aos visitantessobre atrativos, hospedagem, gastronomia, transporte, serviços de saúde e segurança , garantindo que o visitante circule pela cidade com autonomia e segurança.
O impacto da COP 30 também se refletiu diretamente nos principais atrativos locais. A Estação das Docas, tradicional cartão-postal de Belém,recebeu um grande volume de visitantes nesse período, com movimento constante tanto de delegações estrangeiras quanto de turistas independentes.

Clarissa Andrade, funcionária responsável por auxiliar usuários no Ponto de Informação Turística instalado na Estação, conta que o fluxo de turistas aumentou significativamente e que o atendimento tem sido diversificado:
“Os nossos pontos turísticos estão sendo muito procurados, especialmente aqui na Estação das Docas, que está bem movimentada todos os dias. As pessoas também pedem muitas informações sobre a Ilha do Combu, o Outeiro e outras praias próximas de Belém. Já atendi gente de Singapura, Turquia, Holanda… muita gente mesmo. Às vezes chegam pedindo internet, outras vezes estão perdidas ou querem indicação de restaurante. Mostro as experiências daqui e os principais atrativos da cidade. Mas o lugar mais procurado, sem dúvida, é a Estação das Docas”, relatou.

O saldo inicial é positivo: turistas estrangeiros relataram satisfação com a receptividade e a facilidade de acesso às informações.
Maria, uma visitante alemã que esteve pela primeira vez na Amazônia, contou que recorreu ao PIT do Porto Futuro assim que desembarcou na cidade.
“Nós chagamos a Belém pela primeira vez depois de um longo voo, e fomos direto a um dos pontos de informação para falar com alguém que conhece a cidade, em inglês, fez toda a diferença. Recebemos dicas de passeios no Mangal das Garças e até um guia para almoçar no Ver-o-Peso. Estou encantado com a calorosa recepção.” – disse José Porteis, 69 anos, turista canadense, durante uma conversa no PIT do Porto Futuro.
José Airton, 30 anos, esposo de Porteis, complementou: “Usei o totem digital para checar roteiros e transporte para o Parque Linear da Nova Doca. Foi simples e eficiente. A iniciativa me deu segurança para a gente explorar a cidade. Acho que essa rede de informações é fantástica para a COP 30.”

Outro visitante que destacou o impacto positivo da nova estrutura turística foi o americano Joseph Burke, que chegou a Belém para acompanhar a programação da COP-30 e buscou informações logo no primeiro dia.
“Quando cheguei, fiquei surpreso com a quantidade de pontos de informação espalhados pela cidade. No PIT, me explicaram direitinho como chegar ao Mangal das Garças e ao Complexo Feliz Lusitânia. O atendimento foi muito claro e acolhedor. Para quem não conhece Belém, isso faz toda a diferença”, afirmou Burke, que também elogiou a receptividade dos profissionais e a facilidade de navegação pelos totens bilíngues.
Esses relatos, ainda que ilustrativos, refletem a proposta dos PITs de tornar Belém mais acessível, informativa e amigável para o público internacional.


Entre os grupos que passaram pelo complexo turístico estava parte da delegação chinesa — Lau, Ruan, Huang e Lin — que visitou a Estação das Docas pela primeira vez para conhecer a arquitetura, a vista da Baía do Guajará e, claro, experimentar os tradicionais sorvetes de frutas amazônicas.
“É nossa primeira vez na Amazônia e queríamos muito provar os sabores locais. Gostamos especialmente do cupuaçu e da tapioca. A Estação é muito bonita e acolhedora”, comentaram, entre risos, enquanto apreciavam as sobremesas.

Aline Mendes, 27 anos e Nuala Costa, de 31, integrantes da organização Todas Para o Mar, movimento dedicado às pautas do oceano e dos povos das águas na COP 30, também visitaram Belém pela primeira vez. As duas ressaltaram a boa experiência que tiveram nos primeiros dias na cidade.
“Estamos encantadas com a recepção e com a força da cultura paraense. A cidade está linda e muito bem preparada para receber quem vem de fora”, afirmou Aline.
Nuala reforçou: “A gastronomia, as pessoas, os espaços culturais… tudo tem sido muito positivo. É uma experiência marcante participar da COP e conhecer Belém ao mesmo tempo.”
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O Ver-o-Rio registrou alta movimentação, especialmente no final da tarde, quando muitos visitantes buscavam experiências gastronômicas, passeios pela orla e apresentações culturais.
Já o Parque Linear da Tamandaré se transformou em um dos locais mais procurados pelos participantes do evento, combinando áreas de convivência, vista privilegiada para a Baía do Guajará e estrutura adequada para atividades culturais e esportivas.

A COP 30 é um sucesso dentro e fora dos pavilhões oficiais. Para além dos debates climáticos, o evento provocou melhorias urbanas, tem impulsionado a economia local, incentivado a qualificação do setor turístico e posicionado Belém em destaque no cenário internacional. O legado deixado pela COP 30 também fortalece Belém como porta de entrada para a Amazônia e destino turístico de relevância mundial nos próximos anos.