O Núcleo de Oficinas Curro Velho (NOCV) da Fundação Cultural do Pará (FCP) deu início, nesta quinta-feira, 23, à "Mostra Curupira", programação dedicada à reflexão sobre a fauna e a importância da proteção animal por meio da arte. O evento integra exposições, palestras e rodas de conversa, envolvendo especialistas e o público.

A manhã, na quinta-feira, começou com a abertura da exposição "Defaunação Não, Refaunação Já", na nave do Curro Velho, apresentando obras produzidas nas oficinas do Núcleo. Em seguida, Gustavo Melo, presidente do Clube de Observação de Aves do Pará (Coapa), ministrou a palestra "Passarinhar na Amazônia: Dicas e Histórias de um Fotógrafo Apaixonado pelas Aves", e a programação matutina foi concluída com um cine-debate do filme "Xamã, no Rastro da Onça", com a participação de Julia Trevisan, representante da ONG Proteção Animal Mundial (WAP).

No período da tarde, a ilustradora e arte-educadora Camila Honda conduziu a roda de conversa "Animais na Arte e Artesanato Paraense: Inspiração, Ética e Boas Práticas". Honda enfatizou a importância da troca de experiências: “Acho que é muito importante para o público do Curro Velho, ter esse contato com a experiência de quem está fora, já trabalhando ativamente com as temáticas das oficinas profissionalmente, até para nortear caminhos profissionais e dar referências de como a coisa funciona no dia a dia da vida”.

Camila também compartilhou a paixão pela observação da natureza no desenho, buscando a valorização da identidade e a educação ambiental. A tarde foi encerrada com o cine-debate do filme "BR-163: Progresso para Quem?".

Rodrigo Gerhardt, gerente da ONG Vida Silvestre da Proteção Animal Mundial (WAP), destacou a relevância da arte nesse contexto. “É fundamental desenvolver atividades de educação ambiental porque é parte da nossa missão de engajar as pessoas na proteção animal. E a arte é um dos meios que passa não só pela cabeça, mas pelo coração, e nos permite sensibilizar as pessoas através da arte, de estimular reflexões”, afirmou Gerhardt.

Ele ressaltou a parceria da WAP com o Ibama no apoio aos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) e a busca por uma articulação institucional com outros atores no Pará para fortalecer uma rede de reabilitação de animais silvestres, beneficiando a fauna local.

A realização da Mostra Curupira demonstra o papel contínuo da Fundação Cultural do Pará (FCP) como principal órgão do estado responsável pela execução das políticas públicas de cultura, promovendo a formação artística, a produção cultural e o acesso gratuito aos bens culturais, ao mesmo tempo em que estimula o diálogo sobre temas sociais e ambientais relevantes para a Amazônia.

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