A transformação está no ritmo do forró com inclusão e autenticidade em Marabá
As bandeirinhas colorem o céu anunciando que é tempo de celebrar. Sem esquecer do que faz o São João de Marabá, autêntico e inclusivo. Na noite da de abertura do 38º Festejo Junino que ocorreu na sexta-feira (20), a arena junina foi palco de um espetáculo que abriu com brilho a programação com orgulho e representatividade. O concurso Rainha da Diversidade. Reuniu sete candidatas, que fizeram um belo espetáculo na arena. A campeão será anunciada no dia 29, junto com os campeões das juninas.
Mais do que um concurso de beleza ou performance, o Rainha da Diversidade é um espaço simbólico onde corpos, vozes e histórias se afirmam com força diante do público. Em cada entrada na arena, uma narrativa que une ancestralidade, religiosidade, resistência e, claro, muito São João.
A serpente de fogo e o grito da floresta
Campeã da edição anterior, Morgana Salvatore retorna com força total. Representando a Arrastão do Amor, ela encarna em 2025 o espírito do Boitatá, a serpente de fogo das lendas brasileiras. Com figurino nos tons de vermelho, dourado e preto, Morgana incendiou a arena ao denunciar a destruição das florestas e reafirmar o poder da espiritualidade ancestral.
“Elaboramos um tema muito rico da nossa região, com nossa lenda. Com força, garra e animação para entregar um espetáculo maravilhoso e defender esse título. Estamos bem ensaiados e com a expectativa alta. Não esperava ganhar ano passado, mas agora venho buscar o título.”, comenta.
Fé, dança e raízes
A cada noite de concurso, o público conhece também o talento e as histórias das outras seis rainhas que disputam o título deste ano.
Representando a Junina Arretados da Paixão, Vichytoria Kadashy emocionou o público ao trazer a figura das Marias Benzedeiras, mulheres de fé e cura. Sua performance é um convite ao sagrado, onde reza, devoção e a alegria do São João caminham juntas.
“Decidimos falar de um tema pouco abordada e retratar essas mulheres que buscam através da floresta uma alternativa. É uma tradição eu vem sendo esquecida. Estou a dois anos sem participar do concurso e a expectativa está alta para essa volta, sem subestimar ninguém mas almejando o título”, declara Vichytoria.
Do ritual indígena à força de Oxum
A diversidade cultural brasileira brilhou também com Kateryne Bardon, representante da Junina Fogo no Rabo, que levou para a arena o ritual Tikuna da Festa da Moça Nova, tradição indígena de iniciação feminina. Em sua apresentação, ela exaltou a sabedoria ancestral e a força da mulher indígena.
“Me preparei muito para esse momento então a expectativa e nervosismos está alto, mas vou fazer o melhor para representar minha junina”, ressalta Kateryne.
Já Kathy Oeiras, da Junina Amor Perfeito, mergulhou na religiosidade afro-brasileira ao trazer para o centro da arena a energia de Oxum, orixá das águas doces, da fertilidade e do amor. Vestida de amarelo, ela fez do palco um rio de ancestralidade.
“Expectativa esse ano são maiores do que o ano anterior. Por que a estrutura do evento está maior, os recursos foram maiores. Então ano passado em fiquei em quarto lugar por que estourei o tempo. Então esse ano estamos com todo cuidado para garantir uma classificação melhor”, explica Kathy.
Três raças e uma rainha
Com orgulho, Duda Kadachi, da Junina Balão Dourado, apresentou “O Canto das Três Raças”, exaltando os povos que formaram o Brasil: indígenas, negros e brancos. Em tons de laranja e marrom, ela denunciou a opressão histórica e valorizou a resistência dos quilombos e dos povos originários.
“Terceiro ano seguido que danço, fiquei em segundo lugar e em quinto e esse ano venho para buscar esse Top 3 de novo com uma bela festa e apresentação que eu e minha junina preparamos” afirma Duda.
Dança como expressão de vida
Representando pela primeira vez a Balão de Chita, Manu Silva emocionou ao celebrar seus 10 anos dedicados à dança. Primeira participante da noite, ela trouxe leveza e paixão em cada passo, reafirmando o poder da arte de encantar e transformar.
“Fizemos uma coisa básica, mas viemos com representação de Arrasta Pé. Eu já participei outros anos mas é o primeiro da Balão da Chita e vamos buscar fazer bonitos e me deram esse presente por 109 anos de dança”, ressalta a candidata.
A resiliência de Vênus
Augusto Weslley, da Junina Sedução, voltou à arena depois de dar vida à personagem Vênus em 2019. Este ano, ele traz novamente sua elegância e carisma trazendo o profano em contraponto ao tema de sua quadrilha com o Sagrado Espírito Santo. Seu tema é Rainha da Luxúria: O Pecado Original.
“Ano passado fui penalizado por causa da estrutura. Esse ano vim mais pé no chão. Vou contar um pouco como surgiu o pecado, falar da maça envenenada. Estou tranquila, fazer meu melhor e esperar o que vai acontecer”, complementa.
Você pode acompanhar todas as apresentações pelo Youtube da Prefeitura de Marabá. https://www.youtube.com/watch?v=MXayuWPtu1A
Nesse sábado, 21, a programação do 38º Festejo Junino continua a partir das 19h30min com a Junina Alegria Não Tem Idade, com apresentação da Junina Mirim da Levada Louca e o Boi-Bumbá Flor do Campo. Na sequência apresentam-se as juninas do Grupo B Rei do Sertão e Diamante Negro. Encerram a programação as Juninas do Grupo A Sedução Junina e Sereia da Noite.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Bill, Sara Lopes e Rapharazzo
Drone: Sérgio Barros
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