Com o objetivo de fortalecer ideias e negócios sustentáveis na Amazônia urbana, a Prefeitura de Belém lançou, nesta quarta-feira, 11 de junho, o primeiro edital doDistrito de Inovação e Bioeconomia de Belém (DIBB). A iniciativa, realizada em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), por meio da Fundação de Amparo ao Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP), e com apoio da Itaipu Binacional, vai destinar até R$ 150 mil por projeto aprovado, consolidando uma nova etapa de incentivo à inovação com impacto social, ambiental e econômico na capital paraense. Ao todo, os quatro editais anunciados somam R$ 2 milhões em recursos, que serão destinados a projetos inovadores nos eixos de Bioeconomia e Soluções Urbanas.

O edital marca a entrada em operação do DIBB como instrumento de apoio direto a empreendedores da Amazônia urbana. A ação integra o programa“Gestão de Resíduos Sólidos, Educação Ambiental e Inovação em Bioeconomia para Belém rumo à COP30”, viabilizado por convênio entre aPrefeitura e a Itaipu Binacional, com investimento total de R$ 41,8 milhões.A iniciativa está estruturada emtrês eixos estratégicos:gestão de resíduos sólidos com inclusão social,educação ambiental com base comunitáriaeinovação em bioeconomia amazônica– sendo este último executado por meio do DIBB.

Para o prefeito de Belém, Igor Normando, o momento representa um marco histórico para a cidade e para a consolidação de um novo modelo de desenvolvimento sustentável na região. "Belém é uma cidade extraordinária. A COP veio brindar esse sentimento de pertencimento que devemos e precisamos ter pela cidade. A COP 30 veio colocar Belém no cenário nacional e internacional. O que estamos vivendo hoje aqui é o início de um legado para além da COP. Esse Distrito de Bioeconomia vem não só caracterizar as nossas riquezas, fazer com que a bioeconomia vire uma realidade e vire uma nova matriz econômica pra nossa cidade, garantindo mais geração de emprego e renda para os que mais precisam, garantindo que nossos rios e nossas florestas possam ser um ativo econômico para o nosso povo, de forma sustentável e organizada".

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Edital vai financiar até 10 projetos inovadores

OEdital DIBB 01/2025 – Programa de Apoio a Empreendimentos Sustentáveis da Amazônia Urbanaé voltado a pessoas físicas e jurídicas da Região Metropolitana de Belém. Serão selecionadas até 10 propostas, divididasem dois eixos temáticos prioritários:

• Bioeconomia:projetos voltados à valorização da sociobiodiversidade amazônica, como cosméticos naturais, turismo comunitário, bioativos, moda sustentável e outros.
• Soluções Urbanas:iniciativas voltadas à realidade das cidades amazônicas, com foco em drenagem urbana, coleta seletiva, agricultura urbana, regularização fundiária, entre outras.

As propostas aprovadas receberão apoio financeiro em duas modalidades:

• Pré-incubação:até R$ 50 mil para ideias em estágio inicial;
• Aceleração:até R$ 150 mil para negócios já em operação.

Além do aporte financeiro, os projetos terão acesso a mentorias, consultorias técnicas e conexões com investidores estratégicos. O programa terá duração de três meses, com atividades presenciais e virtuais.

Público-alvo e critérios

Podem se inscrever no editalmoradores e empreendedores dos municípios de Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara, Santa Izabel, Castanhal e Barcarena.Estão aptos a participar:

-Pessoas físicas com ideias de negócio (devendo formalizar empresa em caso de aprovação);

-MEIs, micro e pequenas empresas com faturamento de até R$ 1,2 milhão;

-Servidores públicos autorizados por suas instituições.

O resultado final será apresentado noDemoday, evento que reunirá investidores e representantes do ecossistema de inovação. Mais informações estão disponíveis no site:www.dibbelem.com.br

DIBB - estratégia municipal rumo à COP30

ODistrito de Inovação e Bioeconomia de Belém (DIBB)é uma das frentes estruturantes da Prefeitura para preparar a cidade como sede da COP30. Com sede no Centro Histórico, o DIBB articula saberes tradicionais, ciência, tecnologia e empreendedorismo para transformar Belém em um polo de referência da bioeconomia amazônica.

Para o reitor da UFPA, Gilmar Pereira, a iniciativa abre caminho para um modelo colaborativo entre universidade, poder público e setor produtivo. "Experiência importante que é o lançamento do nosso edital do Distrito de Inovação e de Bioeconomia de Belém. A gente que vai construir um conjunto de diálogos em que está a Prefeitura de Belém, a UFPA, mediado pela FADESP com apoio da Itaipu. Com certeza vai ser uma experiência importante que é a ideia de incubar algumas empresas que trabalhem nessa área com recursos que vão ser passados para essas empresas que obedecerem as regras do edital. É um edital inicial de mais de 2 milhões de reais, mas teremos outros editais a partir dessa política articulada entre a Universidade, a Itaipu Binacional e a Prefeitura de Belém", destacou o reitor.

Agestão municipal, por meio da Secretaria Municipal de Obras (Seinfra),já realiza as obras de restauração do casarão histórico que sediará o Centro de Inovação em Bioeconomia de Belém (CIBB), na antiga sede da Sefin, no bairro da Campina. A requalificação do espaço está orçada em R$ 7,6 milhões e será concluída até novembro de 2025.

Prefeitura investe em transformação social e econômica

A parceria com a Itaipu Binacional reforça o compromisso do Governo Federal com a valorização da bioeconomia na Amazônia. "Quando a Itaipu Binacional recebeu essa incumbência do Governo Federal, do presidente Lula, e colocou esse viés especialmente da bioeconomia... é uma surpresa. Imagina uma usina hidrelétrica que produz energia elétrica investir para que aqui nessa região se transformem os produtos, a diversidade que temos aqui, em produtos para serem vendidos em todo o Brasil. Eu vou dar um exemplo, no Paraná, em Foz do Iguaçu, há muitas indústrias de frango, suíno, gado... Se você abrir os congeladores dos supermercados aqui, está lá escrito 'cooperativa do Paraná'. E também esperamos que isso aconteça aqui em Belém. O que nós esperamos é que o Brasil todo consiga ver esses produtos que vocês produzem. Imagine o quanto isso vai melhorar a vida dos produtores, dos empresários e da própria arrecadação", afirmou Luiz Suzuki, gestor de convênios da Itaipu Binacional.