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Reciclagem: cidade mais limpa e geração de renda sustentável

Nesta quinta-feira, 5, comemora-se oDia Mundial do Meio Ambiente. A data, instituída pela ONU ainda na década de 1970, visa promover uma relação ma...

Redação
Por: Redação Fonte: Agência Belém
05/06/2025 às 13h28
Reciclagem: cidade mais limpa e geração de renda sustentável
Foto: Jader Paes

Nesta quinta-feira, 5, comemora-se oDia Mundial do Meio Ambiente. A data, instituída pela ONU ainda na década de 1970, visa promover uma relação mais harmônica entre a população mundial e a natureza. De lá para cá, o debate ecológico evoluiu, assim como os problemas relacionados à limpeza das cidades.A gestão dos resíduos sólidos exige um esforço conjunto entre os entes públicos e a população. Uma das principais formas de mitigar os efeitos da presença humana na Terra é dar um destino adequado ao lixo produzido. Aliás, nem todo resíduo pode ser considerado lixo. Nas mãos de muitos, o que não serve para uns pode se tornar matéria-prima lucrativa.

No galpão da Concaves, o que não serve para uns pode se tornar matéria-prima lucrativa para muitos. - Crédito: Jader Paes
No galpão da Concaves, o que não serve para uns pode se tornar matéria-prima lucrativa para muitos. - Crédito: Jader Paes

“Por exemplo, o plástico.Quando ele chega aqui na cooperativa, a gente o subdivide em pelo menos oito tipos, por cor, por tipo, para que possamos agregar valor e ele tenha uma rentabilidade melhor para a cooperativa. E, após essa separação, conseguimos encaminhá-lo para as empresas, para as indústrias, para se transformar em um novo produto”, explica Débora Baía, presidente da cooperativa de recicláveis Concaves.

Para se ter uma ideia, de acordo com a última edição do Censo da Reciclagem doPETno Brasil, realizado pela Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), o país reciclou 410 mil toneladas de embalagens PET (Polietileno Tereftalato) pós-consumo em 2024 – o que corresponde a 53% do total e representa um volume 14% superior às 359 mil toneladas registradas em 2022. O alumínio, segundo dados do governo federal, é o produto com maior taxa de reaproveitamento – cerca de 99% do material é reutilizado. Já uma pesquisa da Embrapa aponta que o lixo eletrônico é o que tem a menor porcentagem de reciclagem: apenas 3%.

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A coleta de recicláveis vinha enfrentando problemas em Belém, segundo Débora, euma reorganização está em andamento. “Na verdade, tivemos um pouco de atraso no desenvolvimento da coleta seletiva no município de Belém. A infraestrutura precária desmotivou muitas pessoas na cidade, porque elas já faziam a coleta seletiva e, a partir do momento em que a cooperativa não conseguia mais atender, deixaram de fazer, pois não tinham para onde destinar. Hoje, estamos conseguindo retomar essa confiança da população.A gestão atual está trabalhando com foco em atender o cidadão com a coleta seletiva, fortalecendo as cooperativas”, afirma.

Segundo ela, as cooperativas de coleta seletiva e os LEVs (Locais de Entrega Voluntária) , instalados recentemente pelaPrefeitura de Belém, ajudam a ampliar as opções para o descarte correto do material reciclável. “Quanto mais pontos tivermos em Belém, onde o cidadão possa identificar e levar o material reciclável próximo de sua casa, melhor. Porém, quando ele também vem até o galpão da cooperativa, consegue enxergar melhor o nosso trabalho. Não é somente o descarte, mas a transformação, a gestão da triagem e o envio para reciclagem”, diz.

A presidente também orienta como os moradores que nunca praticaram a separação podem começar a contribuir com a coleta seletiva. “Tudo aquilo que for reciclável –papel, plástico, vidro, metal– pode ser colocado em um único recipiente, porque, quando chega aqui na cooperativa, fazemos uma nova triagem. Essa separação mais minuciosa é feita por nós”, explica. “A população já separando, pelo menos, o seco do orgânico, já ajuda muito. E, principalmente, ter o cuidado de lavar as embalagens, como as de creme de leite ou refrigerante, é essencial para a segurança do cidadão, pois elas ficam armazenadas por um tempo em casa. Isso evita atrair ratos, formigas, baratas. É importante também para a saúde”, completa Débora.

Para o empreendedor social Ted Vale, o desafio da gestão dos resíduos e da logística reversa é um problema histórico no Brasil. -
Para o empreendedor social Ted Vale, o desafio da gestão dos resíduos e da logística reversa é um problema histórico no Brasil. -

Gestão de resíduos e logística reversa ainda são desafios no Brasil

Ted Vale é presidente do Alachaster, um instituto de Belém que promove o empreendedorismo sustentável por meio da transformação e da logística reversa como meio de vida para diversas pessoas e entidades. “Nós formamos uma associação, mas não éramos uma cooperativa de reciclagem. Tenho 25 anos de experiência na área de resíduos sólidos. O instituto existe há dez anos, e queríamos trabalhar com horta comunitária, resíduos sólidos, projetos sociais, brechó, ações de base, fazer mobilização social”, explica.

Segundo o empreendedor social, o desafio da gestão dos resíduos e da logística reversa é um problema histórico no Brasil. “Viemos tentando organizar esse ecossistema. Nós, população, Prefeitura e o Alachaster – que também está inserido nesse debate – precisamos participar”, afirma.

Na visão dele, a solução precisa ser compartilhada, e todos devem se conscientizar. “Existe uma massa considerável – e não são poucas pessoas – que acredita que suas atitudes não repercutem na limpeza da cidade”, opina Ted. “A primeira coisa é gerar esse incômodo, despertar as pessoas. E, a partir daí, buscar conhecimento. E hoje está fácil. Você encontra informações nos sites da Prefeitura, nas redes sociais da Prefeitura, no nosso Instagram, no Instagram das cooperativas, de consultores e assessores. Graças a um esforço e a um despertar coletivo, hoje há muita gente disposta a apoiar em termos de educação ambiental”, conclui.

O universitário Weyder Vasconcelos evita o descarte irregular de lixo, mesmo que seja pouco. - Crédito: Jader Paes
O universitário Weyder Vasconcelos evita o descarte irregular de lixo, mesmo que seja pouco. - Crédito: Jader Paes

Weyder Vasconcelos, 21, é universitário do curso de Design na Uepa. Para ele, o problema do lixo em Belém exige uma mudança mais profunda no comportamento da população. Embora não pratique a separação dos materiais recicláveis, afirma que pequenas atitudes individuais já fazem diferença. “Pessoalmente, eu diria que não participo, confesso que não faço parte de nenhum processo de reciclagem. Mas o que posso fazer é, por exemplo, guardar meu lixo em vez de jogar na rua, segurar comigo até encontrar uma lixeira. Esses pequenos detalhes também contam. Além disso, tento ser o menos consumista possível, ter um consumo mais consciente, para diminuir o impacto que eu deixo”, opina.

Passos detalhados para começar:

  1.  Separe por tipo de material:Papel, plástico, metal e vidro são os principais materiais recicláveis. Separe-os com cuidado e evite misturar materiais diferentes. 

  2.  Lave e limpe os materiais: Certifique-se de que as embalagens estejam limpas antes de descartá-las, pois resíduos de alimentos ou líquidos podem contaminar a reciclagem. 

  3. Use recipientes coloridos: Lixeiras com cores diferentes facilitam a identificação e a separação correta dos materiais. De início, duas já ajudam: Uma para orgânicos e outra para lixo seco

  4.  Busque pontos de coleta:  22 LEVs estão à disposição da população por toda a capital para o descarte de recicláveis. Confira 

  5.  Reduza o consumo e reutilize: Antes de descartar um item, pense se ele pode ser reutilizado ou se você pode evitar o consumo de produtos descartáveis. 

  6.  Engaje-se com a comunidade: Participe de campanhas de conscientização e divulgue a importância da coleta seletiva para seus amigos e vizinhos. 

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