O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou, nesta quarta-feira (3), a cassação do mandato do prefeito de Tucuruí, Alexandre Siqueira (MDB), devido à prática de compra de votos e abuso de poder econômico nas eleições municipais de 2020. Além de ser afastado do cargo, ele também foi declarado inelegível por oito anos e multado em R$ 40 mil.
A decisão atende a uma ação que denunciava a distribuição irregular de combustível a eleitores durante a campanha eleitoral de 2020, caracterizando infração à legislação eleitoral. O Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) já havia condenado tanto Siqueira quanto seu vice, Jairo Rejânio, contudo, o TSE manteve a condenação apenas do prefeito, isentando o vice da inelegibilidade.
O julgamento no TSE teve início em maio de 2024, mas sofreu duas interrupções devido a pedidos de vista dos ministros Floriano de Azevedo Marques e Kassio Nunes Marques. Esses adiamentos permitiram que Siqueira disputasse e vencesse as eleições municipais de 2024. No entanto, com a decisão desta quarta-feira, seu mandato será encerrado e novas eleições deverão ser convocadas no município.
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A determinação do TSE reforça a postura do tribunal contra o abuso de poder econômico em campanhas eleitorais e pode reconfigurar o cenário político de Tucuruí. Embora ainda caiba recurso, a sentença impacta diretamente a administração municipal, que aguarda definição sobre os próximos passos para a sucessão do cargo.
A decisão gerou reações diversas na cidade, com apoiadores de Siqueira criticando a medida e adversários políticos comemorando a cassação. Movimentos locais já se organizam para disputar as novas eleições que serão convocadas, enquanto a população aguarda definições sobre a nova gestão municipal.
Especialistas em direito eleitoral apontam que o caso serve como um marco para reforçar a fiscalização sobre práticas ilícitas em campanhas. "O TSE tem adotado uma postura mais rigorosa para coibir abusos e garantir a lisura do processo eleitoral. Essa decisão segue essa linha de proteção à democracia", afirmou o jurista Cláudio Mendonça.
Enquanto isso, a administração pública de Tucuruí enfrenta um período de incerteza. Com a vacância do cargo, o presidente da Câmara Municipal poderá assumir interinamente até que as novas eleições sejam realizadas. Ainda não há um prazo exato para o novo pleito, mas a expectativa é que ocorra nos próximos meses.
O caso de Siqueira também pode impactar outros processos eleitorais no país, servindo de alerta para políticos que buscam reeleição ou novos mandatos. A punição reforça a necessidade de campanhas transparentes e dentro das normas estabelecidas pela legislação eleitoral brasileira.