Na manhã desta terça-feira (11/2), Marabá, no sudeste do Pará, foi palco de protestos emocionados em resposta à liberdade provisória concedida a Arthur Fernandes de Andrade, 22 anos, estudante de Medicina Veterinária, acusado de atropelar e matar Manoel dos Reis, 83 anos, no último domingo (9). Familiares e amigos da vítima se reuniram em dois atos públicos para expressar indignação com a decisão judicial e cobrar justiça.
O primeiro protesto ocorreu em frente a um restaurante na Avenida Tocantins, no núcleo Cidade Nova, estabelecimento pertencente à família do acusado. Com cartazes, buzinaços e gritos de “Justiça!”, os manifestantes criticaram a fiança de R$ 53.130 (equivalente a 35 salários mínimos) paga por Arthur, que garantiu sua liberdade. Em seguida, o grupo seguiu em passeata até o Fórum de Marabá, onde reforçou as críticas à decisão do juiz Marcelo Andrei Simão Santos, da 2ª Vara Criminal, e pediu medidas mais rigorosas contra crimes de trânsito.
O atropelamento aconteceu na Rua Antônio Araújo, no bairro Novo Horizonte. Arthur, que dirigia uma caminhonete Ford Ranger, atingiu Manoel e Carlos Maciel Pereira da Silva, que sobreviveu e foi internado no Hospital Municipal de Marabá (HMM). Testemunhas relataram que o motorista fugiu sem prestar socorro e foi localizado pela Polícia Militar na Avenida Tocantins, apresentando sinais de embriaguez. Ele se recusou a realizar o teste do etilômetro e foi encaminhado à 21ª Seccional Urbana da Polícia Civil.
A decisão pela liberdade provisória gerou revolta na comunidade. Durante os protestos, os manifestantes ocuparam as ruas com faixas e discursos contra a impunidade. A hashtag #ImpunidadeNão ganhou destaque nas redes sociais, enquanto o valor da fiança levantou debates sobre possíveis privilégios socioeconômicos.
Em nota, a Polícia Civil informou que as investigações, conduzidas pela Delegacia de Homicídios, continuam para apurar responsabilidades. O acidente também causou danos a um carro e uma moto estacionados na via.
Os protestos refletem a tensão entre a comunidade e o sistema judicial, com demandas por punição rigorosa ao acusado. Familiares de Manoel dos Reis afirmaram que acompanharão o caso de perto. “Não vamos descansar até que a justiça seja feita”, declarou uma das manifestantes, sob aplausos.
A Defensoria Pública ainda não se pronunciou sobre possíveis recursos, enquanto o Tribunal de Justiça do Pará (TJ-PA) mantém sigilo sobre detalhes processuais. O caso segue repercutindo na região, reacendendo debates sobre segurança no trânsito e acesso à justiça.
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Com informações locais, o Portal Parazão Tem de Tudo acompanha os desdobramentos deste caso e reforça a importância da conscientização no trânsito para evitar tragédias como esta.