A Justiça liberou Deidyelle de Oliveira Alves, acusada de ocultar o corpo da tatuadora Flávia Alves Bezerra, de 23 anos. O crime, ocorrido em 15 de abril deste ano em Marabá, sudeste do Pará, gerou grande comoção no município. A liberação de Deidyelle ocorreu devido ao término de sua prisão temporária.
Flávia Alves foi vista pela última vez ao amanhecer daquele dia, saindo de um bar acompanhada por Willian Araújo Sousa, conhecido como “Will Sousa”, também tatuador e marido de Deidyelle. Após seu desaparecimento, o corpo de Flávia foi encontrado em uma cova rasa na zona rural do município de Jacundá, a cerca de 100 quilômetros de Marabá, 11 dias depois do crime.
A investigação policial apontou Willian Sousa como o autor do homicídio, e Deidyelle Alves como cúmplice na ocultação do cadáver. Enquanto Will Sousa permanece preso preventivamente, Deidyelle foi solta, já que a pena para o crime de ocultação de cadáver é de até quatro anos, permitindo que ela responda em liberdade.
Deidyelle alegou à Justiça que foi obrigada pelo marido a participar da ocultação do corpo. Seu advogado, José Rodrigues, argumentou que a cliente não poderia permanecer presa devido à natureza do crime e à alegação de coação. “Ela disse que foi obrigada, e então não tem como ficar presa”, afirmou Rodrigues.
O caso está sendo tratado na Vara de Violência Doméstica, sob a jurisdição do juiz Alexandre Hiroshi Arakaki, e segue em segredo de Justiça devido à sua natureza sensível.
A liberação de Deidyelle Alves provocou indignação entre familiares e amigos de Flávia Alves, que organizaram um protesto na noite deste sábado (25). O ato, iniciado às margens da BR-230 e percorrendo as ruas do bairro Liberdade, no núcleo Cidade Nova, contou com a participação de movimentos sociais e manifestantes que usavam camisetas com fotos de Flávia, exigindo justiça.
Paula Carneiro, mãe de Flávia, expressou sua revolta com a decisão judicial. “O sentimento é de revolta, porque todo mundo viu, tem vídeo, tem tudo por aí espalhado na internet. Ela ajudou a levar minha filha, tem o vídeo dela lá no estacionamento de onde ela morava. Minha filha estava morta dentro do carro, ela não chamou ninguém porque ela não quis. Se ela quisesse, ela teve todo o tempo do mundo e passou 11 dias deitadinha lá, mexendo na internet, procurando, olhando, vendo a gente procurar e calada. Ela não falou porque ela não quis”, desabafou Paula.
A investigação segue em curso, e o desfecho do caso ainda aguarda novos pronunciamentos da Justiça.
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