A Coordenadoria de Aperfeiçoamento e Pesquisa (COAPES), da Polícia Científica do Pará (PCEPA), promoveu, na segunda-feira (20), na sede em Belém, o minicurso “perícia criminal em locais de feminicídio e outros crimes contra as mulheres". O minicurso foi realizado em dois dias, e ministrado pela perita criminal da Polícia Civil do Distrito Federal (DF), Beatriz Figueiredo, referência nacional no tema.
O curso foi dividido em três momentos, onde foram abordados temas como a história das mulheres dentro de vários contextos, perpassando pela violência de gênero, até chegar a casos concretos de perícias em locais de feminicídio.
“Não é possível falar sobre gênero, de maneira justa, sem descobrir o porquê das violências acontecerem, é preciso falar de direitos humanos antes de falar da parte operacional”, afirmou Beatriz Figueiredo, que é mestre em odontologia legal pela Unicamp e especialista em violência contra mulheres e meninas, pela Universidade Federal de Goiás (UFG).
A especialista apresentou casos que periciou. “O objetivo é a mudança do olhar dos profissionais de segurança pública sobre feminicídio, o que pode modificar a maneira como esses profissionais irão atuar nos locais de crime, procurando vestígios específicos sobre esse tipo de violência”, explicou a perita.
Beatriz é autora do livro “Feminicídio, perícia criminal e valor jurídico da prova material”, adquirido pelos peritos e convidados do evento, além de ter sido adquirido também para o acervo da biblioteca da instituição.
“Este curso foi um desejo tanto do Instituto de Criminalística quanto do Instituto de Medicina e Odontologia Legal, pois é um assunto multidisciplinar, onde todos se beneficiam desse conhecimento, e nosso objetivo é o de sempre chamar especialistas no assunto para que nossos peritos estejam sempre qualificados” afirmou o Diretor-Geral da PCEPA, Celso Mascarenhas.
Para a perita criminal Yara Jennings, lotada no Núcleo de Crimes Contra a Vida (NCCV) da PCEP, “é importante termos uma referência nacional, pois a capacitação ajuda a instituição a melhorar a resposta frente a esse tipo de crime contra as mulheres". Capacitar é mudar o olhar dos profissionais, pois nesse tipo de crime precisamos de respostas de profissionais de vários setores da perícia, e, com a capacitação, conseguimos integrar e dar um melhor retorno para as instituições que requisitam nossos serviços”.
Também participaram do curso, delegadas, investigadores e escrivães da Delegacia da Mulher (Deam). “Essa capacitação é importante para nós, policiais civis, termos acesso aos conhecimentos forenses, aprendermos a identificar ainda mais sinais de feminicídio, para que esses casos sejam tipificados como devem ser. Além disso, é importante ter esse contato com os peritos para que ocorra um estreitamento de relação e todos nós trabalhemos de forma integrada para a resolução dos casos”, afirmou a delegada Carina Amaral, atuante na DEAM.
Texto de Amanda Monteiro
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