Na sexta-feira (24), a equipe do Hospital Materno Infantil realizou uma Roda de Conversa sobre a campanha Novembro Roxo que busca conscientizar sobre os desafios dos nascimentos prematuros. O tema deste ano é “Pequenas ações, grande impacto: contato pele a pele imediato para todos os bebês, em todos os lugares”.
Samira Lira, coordenadora da UTI Neonatal do HMI, explica que a ação é uma capacitação dos profissionais do hospital para lidar com a prematuridade e com os pais e mães de bebês prematuros, mas que pais e mães interessados também participaram, para entender melhor o funcionamento do hospital.
“Nesse mês, a gente comemora o Novembro Roxo e hoje estamos juntos, reunidos, para poder debater as principais causas da prematuridade, para gente compreender o que a deve fazer para abraçar esses pais, essas mamães e a humanização deles e dos bebês dentro da UTI Neonatal. Hoje, a gente aproveita esse dia para compartilhar informações, conhecimento com toda a nossa equipe, da UTI e de todo o hospital”, comenta Samira Lira, coordenadora da UTI Neonatal do HMI.
Ela explica que cerca de 90% dos bebês que vão para UTI Neonatal são prematuros, ou seja, que nasceram antes das 36 semanas gestacionais. “Todas essas crianças de toda a região sul e sudeste do Pará, que são referenciadas para cá, a faz a questão do acolhimento e os cuidados até a hora da alta, que é somente quando neném está sem risco de vida e já está conseguindo se amamentar sozinho”, ressalta.
Uma das palestrantes foi a fonoaudióloga do HMI, Débora Simões. Ela conta que na palestra foi abordado sobre o a importância do colostro para o bebê enquanto terapia. Colostro é o primeiro leite que sai da mãe após o nascimento.
“É sabido que é o primeiro leite produzido pela mãe após o nascimento do bebe é o mais importante. Quando vai para UTI é preciso fazer essa ordenha das gotas que curam, as vezes são 2ml, não é nutrição, é proteção, confirmado cientificamente. Isso o defende o bebê de muitas inflexões que eles podem adquirir das bactérias que não conhecem”, conhece.
Ela conta que o seu principal papel na UTI Neonatal é preparar e treinar mãe e bebê para que ele consiga sugar o leite da mamãe. “É principalmente trabalhar com mães e bebês em relação ao início da amamentação, porque quando eles chegam prematuro, eles não tem essa possibilidade de amamentar-se diretamente no seio materno. Então esse é um trabalho feito através da nossa equipe, para que isso seja possibilitado. Tirar a via da dieta da sonda que vai no estômago para ir para o seio da mãe”, explica.
A psicóloga do HMI Miracilda Modesto ressalta que a equipe de saúde mental trabalha com seis estagiários para conversar e fazer companhia aos pais que têm bebês prematuros internados. “A gente fez um projeto de sala de espera com as mães e os bebês que estão. Então a gente conforta essa mãe, antes da visita, de alguma forma, preparando para o que ela vai encontrar, tira as dúvidas. Dá esse suporte emocional, porque a ideia da mãe e da família é sair daqui com o bebê no braço e, de repente, tem que ir para intubação. Às vezes, ficar dias internado”, explica.
Outro trabalho desenvolvido para confortar essas mães é essa aproximação da mãe aos bebês, mesmo internados, além de outros sistemas de aproximação como fotos temáticas, chamadas de vídeo com familiares distantes, registros etc.
“A gente oferece, nesse primeiro contato, mais precocemente, assim que ele estiver estabilizado. Aproxima eles para sentir o cheirinho, o calor. Começar a ter aquele vínculo amoroso entre mãe e filho, que foi cortado no momento do parto. Falamos que não temos visitas, pois pai e mãe lá não é visita, entra no horário que quiser, nós trabalhamos também com o mesversário e com as datas comemorativas, tudo para tornar essa fase do nascimento a melhor possível”, complementa a chefe de enfermagem do HMI, Vanice Costa.
Texto: Osvaldo Henriques
Fotos: Sara Lopes
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