A Polícia Militar do Pará realizou nesta semana no município de Marabá, região sudeste do Estado, a primeira simulação de ações criminosas, divididas em quatro etapas: barricada em ponte com incêndio, ataque a uma unidade policial militar, ataque ao alvo criminoso (transportadora de valores) e finalizou no confronto com criminosos caindo em um bloqueio da Polícia Militar.
Antes de partirem para as ações em campo, o efetivo empregado na atividade reuniu-se no auditório do Colégio CMRIO para receber instruções da simulação. Além da PM, participaram das ações a Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Departamento Municipal de Trânsito e Transporte Urbano de Marabá.
A instrução visa preparar as forças de segurança para uma resposta rápida e produtiva diante de possíveis ataques realizados por grupos criminosos, em uma modalidade chamada “Novo Cangaço”.
O coronel Jorge Wilson Pinheiro de Araújo explica a importância da ação que foi idealizada pelo comandante-geral da PM, coronel Dilson Júnior, por intermédio do Departamento Geral de Operações (DGO).
“O objetivo é simular uma situação próxima à realidade, envolvendo várias unidades, principalmente a tropa local e o reforço que segue da capital para fazer frente a essa criminalidade violenta, que é o ‘Novo Cangaço’, e vem evoluindo conforme várias denominações: cangaço noturno, o domínio das cidades, no qual os criminosos se organizam e fazem frente às instituições financeiras e transportes numerários”, detalha o coronel Araújo.
Participantes
O efetivo policial escalado para a simulação contou com mais de 120 militares, sendo eles do Departamento Geral de Operações (DGO), Comando de Policiamento Regional II (CPR II), 4º Batalhão de Polícia Militar (4º BPM), 34º Batalhão da Polícia Militar (34º BPM), 1º Batalhão de Missões Especiais (1º BME), Comando de Missões Especiais (CME), Batalhão de Operações de Polícias Especiais (BOPE), Batalhão de Rondas Ostensivas Táticas Motorizadas (ROTAM), Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) e ainda Grupamento Aéreo de Segurança Pública do Pará (Graesp).
“A gente fica muito feliz com a simulação, o fato de o comandante-geral coronel Dilson ter designado o Comando de Missões Especiais para avaliar nosso plano de ação é uma resposta para que possamos aperfeiçoar não somente as práticas do CME, mas também que a nossa tropa possa interagir não somente com a Polícia Militar, mas com outros órgãos, independente do horário, dia da semana, para que possamos trazer segurança para o cidadão de Marabá”, avaliou o coronel Dayvid Sarah Lima, comandante do CPR II.
Simulações
A primeira simulação iniciou às 22h de terça-feira (06) e durou cerca de 20 minutos de intervenção na preparação do bloqueio da ponte sobre o Rio Itacaiúnas, no bairro Cidade Nova. Na ocasião, pneus foram queimados simulando um incêndio de um veículo após a cabeceira da ponte, impedindo a mobilização de PMs. Um carro do Corpo de Bombeiros foi utilizado para apagar o incêndio. Para emular os disparos, foram usados munição de festim, rojões e bombinhas de São João.
A segunda atividade ocorreu em frente ao 34º BPM (próximo ao Aeroporto de Marabá), simulando um bando atacando o quartel da PM com disparos e bloqueando a saída de viaturas.
A terceira simulação contou com um ataque à instituição financeira, localizada no bairro Novo Horizonte, imitando roubo à base de valores, enquanto um carro forte abastecia a empresa com dinheiro. A falsa ação criminosa manteve reféns, tiroteio e invasão da instituição.
Já a quarta atividade simulada envolveu um bando em fuga com reféns que se deparou com uma barreira da PM e ainda teste do plano de contingência. A ação ocorreu próxima à Estrada do Rio Preto na BR- 230. Na ocasião, foi usada uma viatura inutilizada pelos criminosos e ainda um policial baleado, necessitando de atendimento médico. Em todas as atividades, alunos do 3º Curso de Força Tática do CPR II, foram envolvidos na instrução.
Experiência
Para o soldado da PM Hosaías Pereira Costa, que atua há 5 anos na corporação, a simulação é interessante porque a região já passou por situação real de roubo à instituição financeira. “Com essa situação, o treinamento se torna essencial para nossa tropa, não apenas a especializada, mas para todos. Em função da simulação, podemos ter um preparo melhor e saber lidar com esse tipo de situação sem ter algum tipo de surpresa tão inesperada. Com o treinamento, vamos dar uma resposta mais certeira nesse tipo de ação criminosa”, opina o soldado.
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