Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), há em torno de 466 milhões de pessoas com algum tipo de perda auditiva ou problemas relacionados ao zumbido em todo o mundo. No Brasil, quase 30 milhões de pessoas convivem com algum distúrbio auditivo. Esse número bastante significativo levou à criação, em 2006, da Campanha Novembro Laranja, com o objetivo de alertar a população quanto a importância da saúde auditiva e conscientizar quanto ao zumbido e demais condições.
O zumbido no ouvido é comumente ligado ao envelhecimento, mas, pessoas mais jovens, inclusive crianças, também são acometidas por esse distúrbio, levando ao entendimento que o problema pode aparecer por diferentes razões. O zumbido é caracterizado por uma percepção de sons nos ouvidos que não são originados por fontes sonoras. Sendo assim, essa condição não pode ser vista como uma doença, mas um sintoma que precisa ser investigado.
Além de apresentar risco de evolução para a perda auditiva, o zumbido no ouvido pode surgir associado a outros incômodos, como maior sensibilidade ao som e tontura. A otorrinolaringologista do Grupo Hapvida NotreDame Intermédica, Vera Vilhena, explica sobre os fatores que influenciam essa condição. “Podemos citar o acúmulo de cera, o envelhecimento, corpos estranhos ou lesões no canal auditivo, inflamações e/ou infecções, uso de medicamentos, traumas acústicos , perda auditiva, alimentação inadequada, doenças cardiovasculares , metabólicas ou neurológicas , doenças psiquiátricas ou estresse, problemas odontológicos ou articulares temporomandibulares”.
A especialista esclarece que o zumbido interfere na qualidade de vida do indivíduo. “Esse problema gera ansiedade, depressão, desconforto, insônia e até mesmo demência, interferindo em suas atividades diárias de modo geral. Tudo isso se deve ao fato do zumbido provocar um chiado constante, sons de apito no ouvido e sensação de ouvido tapado.”
Um dos objetivos da campanha Novembro Laranja é também o de conscientizar quanto a importância do diagnóstico e tratamento precoce dos transtornos ligados ao surgimento do zumbido no ouvido. “Ao surgimento de qualquer sintoma é necessário procurar um médico especialista para avaliação clínica e investigação laboratorial. Para o diagnóstico são utilizados exames complementares como o de audiometria e exames de imagem. Um diagnóstico precoce pode evitar a evolução e agravamento do problema. Em alguns casos o tratamento pode envolver procedimentos cirúrgicos e até mesmo aparelhos de amplificação sonora”, justifica a médica.
Vera orienta que a prevenção é possível, basta tomar alguns cuidados como: “evitar exposição sonora de alta intensidade, evitar o uso de cotonetes, usar o fone de ouvido de forma segura, usar protetores auriculares em caso de exposição a ambientes ruidosos, tomar cuidados com a saúde e controle de doenças crônicas e consultar regularmente o otorrinolaringologista na presença de algum sintoma”.