30°

Tempo nublado

Parauapebas, PA

Economia Economia

Estímulos fiscais temporários pressionam inflação, diz Banco Central

Meta a ser definida é 3,5% para este ano

09/08/2022 às 11h10
Por: Redação Fonte: Agência Brasil
Compartilhe:
© Marcello Casal JrAgência Brasil
© Marcello Casal JrAgência Brasil

A incerteza sobre o futuro da política fiscal do país e os estímulos fiscais de aquecimento da economia, como os auxílios dados pelo governo à população e a setores produtivos, pode elevar a expectativa de inflação no país. A avaliação consta na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), divulgada hoje (9).

“O comitê avalia que políticas temporárias de apoio à renda devem trazer estímulo à demanda agregada e que o prolongamento de tais políticas pode elevar os prêmios de risco do país e as expectativas de inflação à medida que pressionam a demanda agregada e pioram a trajetória fiscal. O comitê reitera que há vários canais pelos quais a política fiscal pode afetar a inflação, incluindo seu efeito sobre a atividade, preços de ativos e expectativas de inflação”, diz a ata.

No encontro da semana passada, o Copom elevou a taxa básica de juros da economia, a Selic , de 13,25% para 13,75% ao ano e já sinalizou que deve fazer um ajuste de mais 0,25 ponto na próxima reunião, em setembro, mantendo o ciclo de elevação da taxa de juros e aperto monetário para controle da inflação.

Continua após a publicidade
Anúncio

“Concluiu-se que um novo ajuste de 0,50 ponto percentual era apropriado frente a um ambiente de elevada incerteza, apesar do estágio já significativamente contracionista da política monetária, que, considerando suas defasagens, deve impactar a economia mais fortemente a partir do segundo semestre deste ano”, diz a ata.

O colegiado também considerou a maior persistência das pressões inflacionárias globais, como os impactos da guerra na Ucrânia, a política chinesa de combate à covid-19 e as políticas que restringem o comércio de produtos agrícolas em países produtores decommodities. Por outro lado, segundo o BC, uma desaceleração da atividade econômica mais acentuada do que a projetada é um risco de baixa para o cenário inflacionário, com o cenário de energia na Europa, uma possível recessão nos Estados Unidos e as perspectivas de crescimento mais gradual na China.

No âmbito doméstico, o Copom avalia que ainda há ociosidade na economia, mas os dados referentes ao mercado de trabalho, em especial o volume de contratações e a taxa de desocupação, surpreenderam. “O conjunto dos indicadores de atividade econômica divulgado desde a última reunião do Copom segue indicando crescimento ao longo do segundo trimestre, com uma retomada no mercado de trabalho mais forte do que era esperada pelo comitê. Tanto os indicadores referentes à contratação de emprego formal quanto as taxas de ocupação e desocupação sugerem uma normalização rápida dos setores intensivos em trabalho após a pandemia”, diz a ata.

Para decidir sobre a elevação da Selic, o comitê estabeleceu um cenário básico para a inflação, com as projeções em torno de 6,8% para 2022, 4,6% para 2023 e 2,7% para 2024. As projeções para a inflação de preços administrados são de -1,3% para 2022, 8,4% para 2023 e 3,6% para 2024.

Esse cenário supõe trajetória de juros que termina 2022 em 13,75% ao ano, reduz-se para 11% em 2023 e 8% em 2024. O Copom adotou ainda a hipótese de bandeira tarifária "amarela" em dezembro de 2022, de 2023 e de 2024 e a suposição de que o preço do petróleo siga aproximadamente a curva futura pelos próximos seis meses e passe a aumentar 2% ao ano posteriormente.

Inflação

A Selic é o principal instrumento usado pelo Banco Central para alcançar a meta de inflação. A elevação da Selic, que serve de referência para as demais taxas de juros no país, ajuda a controlar a inflação, porque a taxa causa reflexos nos preços, já que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, contendo a demanda aquecida.

A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Esse foi o 12º reajuste consecutivo na taxa Selic.

Em julho, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi negativa em 0,68%, ou seja, houve deflação. Apesar da queda no mês passado, a inflação oficial no país acumula alta de 4,77% em 2022 e de 10,07% nos últimos 12 meses.

Os números continuam acima da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.

“A inflação ao consumidor segue elevada, com alta disseminada entre vários componentes, se mostrando mais persistente que o antecipado. A redução de impostos sobre os preços de energia já começa a ser observada nos indicadores de alta frequência, mas os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária, que apresentam maior inércia inflacionária, mantêm-se acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta para a inflação”, diz o BC, na ata.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários
Parauapebas, PA Atualizado às 17h06 - Fonte: ClimaTempo
30°
Tempo nublado

Mín. 22° Máx. 32°

Sex 30°C 22°C
Sáb 29°C 22°C
Dom 30°C 23°C
Seg 27°C 22°C
Ter 25°C 22°C
Horóscopo
Áries
Touro
Gêmeos
Câncer
Leão
Virgem
Libra
Escorpião
Sagitário
Capricórnio
Aquário
Peixes
Anúncio
Anúncio
Anúncio