
O amanhecer desta terça-feira (4) marcou uma cena inédita em Belém: dois imponentes navios de cruzeiro, vindos diretamente da Itália, atracaram no Terminal Portuário de Outeiro, transformando o distrito em um novo cartão-postal internacional. As embarcações — MSC Seaview e Costa Diadema — chegaram carregadas não de turistas, mas de expectativas. Elas serão o lar temporário de parte das delegações mundiais que participarão da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), entre os dias 10 e 21 de novembro.
Os gigantes dos mares — com cerca de 3.900 cabines e capacidade para mais de 6 mil leitos — deixaram o porto italiano no dia 23 de outubro e atracaram pontualmente: o primeiro às 8h30 e o segundo às 9h30. A chegada faz parte de uma operação que integra o plano oficial de hospedagem do Brasil para o evento climático mais importante do planeta.
Com a estrutura portuária modernizada e entregue no último sábado (1º), o espaço agora conta com controle de acesso, sistemas de segurança e suporte logístico para abrigar os navios.
A hospedagem nos transatlânticos será intermediada pela UNFCCC, órgão da ONU que coordena a conferência, e dará prioridade a representantes de 73 países, com diárias que podem chegar a US$ 200.
Belém precisou enfrentar um desafio colossal: dobrar sua capacidade hoteleira de 23 mil para 53 mil leitos em menos de dois anos. A solução criativa — e grandiosa — veio com o uso de navios, uma iniciativa articulada pela Secretaria Extraordinária para a COP30, com a Embratur responsável por modelar e coordenar toda a operação.
Por meio de um chamamento público, a operadora Qualitours foi selecionada para contratar os cruzeiros e gerenciar a venda das cabines dentro das normas estabelecidas pela ONU.
O resultado já é visível: Outeiro, que sempre foi lembrado por suas praias e tradição ribeirinha, agora se torna palco de um novo capítulo da história amazônica — o da Amazônia global, que se prepara para receber o mundo.
A COP30 promete transformar Belém — e o Pará — em símbolo da luta planetária contra as mudanças climáticas. E os imponentes navios ancorados no coração da Amazônia são o primeiro sinal de que o futuro já chegou por aqui.