
Nos dias 25 e 26 de outubro Belém será novamente palco de uma das corridas de rua mais esperadas do ano: a Corrida do Círio, evento tradicional que integra o calendário oficial do Círio de Nazaré. Unindo fé, devoção e esporte, acorrida chega à 40ª edição em 2025e promete ser histórica, reunindo mais de 9 mil atletas em percursos de 5 km e 10 km, com largada às 6h no Portal da Amazônia.
No sábado, dia 25, além da prova de 5 km, será realizada a Corridinha do Círio, voltada para crianças e adolescentes de 5 a 17 anos, com distâncias que variam entre 100 e 1.000 metros, de acordo com a faixa etária. Jáno domingo, 26, ocorre a prova de 10 km,consolidando o fim de semana esportivo na capital paraense.

Diante da grande participação de pessoas de todas as idades, aPrefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), reforça quea preparação física e os cuidados com a saúdesão essenciais para garantir uma corrida segura.
O cardiologista Tássio Moura, do Centro de Especialidades Médicas e Odontológicas (Cemo), destaca que o evento é, acima de tudo, um ato de fé, mas que exige responsabilidade com o corpo.
“A Corrida do Círio é um momento de muita fé da população, mas também exige cuidados com a saúde.Cada participante deve avaliar sua condição física antes de correr, de preferência com um médico cardiologista. Pessoas com fatores de risco — como diabetes, hipertensão, colesterol alto, histórico familiar de doenças cardíacas ou morte súbita de causa desconhecida — precisam ter atenção redobrada e aproveitar a oportunidade para uma avaliação médica”, orienta o especialista.

O médico Tássio Moura, cardiologista do Cemo, responde a cinco principais dúvidas:
“A corrida é um evento inclusivo e emocionante, mas é importante entender que ela exige preparo. Pessoas com doenças do coração, diabetes ou hipertensão podem participar sim, desde que tenham autorização do médico e sigam com acompanhamento regular. O cardiologista é quem avalia a capacidade funcional e ajusta o tratamento, garantindo segurança para o esforço físico.”
“O primeiro passo é fazer uma triagem médica. O ideal é que o participante realize uma consulta com um clínico ou cardiologista, que poderá solicitar exames conforme o perfil. Também é importante fazer uma autocrítica, respeitar seus limites e não se comparar com os outros. Evitar esforços acima da capacidade é essencial.”
“Manter uma boa hidratação, fazer refeições leves nas horas que antecedem a prova, não usar estimulantes nem bebidas alcoólicas e escolher roupas leves e confortáveis para o nosso clima. São medidas simples, mas que fazem diferença no desempenho e na segurança.”
“Em repouso, o coração bate entre 60 e 100 vezes por minuto. Em atletas condicionados, pode ficar entre 40 e 60 bpm — o que é normal. Durante a corrida, essa frequência aumenta gradualmente, ficando acima de 100 bpm. O problema é quando essa elevação vem acompanhada de tontura, visão turva, dor no peito ou falta de ar. Esses são sinais de alerta. Se ocorrerem, o corredor deve parar imediatamente e procurar atendimento.”
“Sim, desde que haja acompanhamento regular. É obrigatório manter o seguimento com o cardiologista, que avaliará a capacidade funcional e otimizará o tratamento. O participante deve evitar esforço máximo e estar atento a sintomas como dor no peito, palpitação, falta de ar ou mal-estar súbito. Em qualquer desses casos, a corrida deve ser interrompida imediatamente.”
Mais do que um evento esportivo, a Corrida do Círio é uma celebração da fé e da superação pessoal.
Como reforça o Tássio Moura, o segredo está no equilíbrio: “A corrida é um ato de fé, mas também um compromisso com o corpo. Quando feita com responsabilidade e acompanhamento médico, ela se torna uma grande aliada da saúde e da vida.”

Para o professor de educação física e organizador de corridas Nazareno Farias, o evento vai além da competição.
“Hoje temos corredores de todas as idades, com diferentes objetivos: combater o estresse, a obesidade, a depressão ou simplesmente se socializar. A Corrida do Círio é um símbolo de fé e superação, um esporte que transforma vidas”, diz.
Para garantir que os atletas estejam prontos para enfrentar os desafios dos percursos de 5 km e 10 km, Nazareno explica que o trabalho vai muito além do simples ato de correr.
“A preparação envolve um plano de treinamento estruturado, que inclui diferentes tipos de exercícios para desenvolver resistência, velocidade, força e recuperação”, explica.
Ele detalha que os treinos são divididos em etapas para evitar lesões e otimizar o desempenho:
Nazareno também destaca a importância do acompanhamento individualizado: “Cada atleta tem um perfil diferente — idade, nível de condicionamento, histórico de saúde — e o treinamento precisa ser adaptado para respeitar esses fatores e garantir a segurança.”
Além do aspecto físico, o preparador lembra do impacto psicológico da corrida. “Motivação e disciplina são cruciais. Por isso,trabalhar a mente e o hábito de treinar regularmente é parte do processo.”


Exemplos de superação são os atletas Andreia Sarges, de 49 anos, e Ronaldo Costa, de 33, que compartilham histórias inspiradoras.
“Eu sempre malhei em academia. Com o incentivo do Nazareno – ele começou a chamar o pessoal para correr junto -, de início eu falava: ‘ah, não vou dar conta’, mas depois tudo fluiu. A gente vai uma vez, depois outra, e quando vê já quer correr mais além. Já participei de umas nove ou dez Corridas do Círio. Estamos preparados — treinamos às terças e quintas-feiras, tudo programado. Está tudo tranquilo.”
“Comecei a correr por recomendação médica. Sentia tontura, o coração acelerava, fui investigar. Descobri que estava com gordura no fígado, excesso de peso, gastrite e esofagite. O médico me disse: ‘procura um esporte’. Um dia o Nazareno me convidou pra correr e eu comecei. No início, só aguentava 5 minutos na esteira, mas fui evoluindo. Hoje perdi 26 quilos e a corrida virou meu estilo de vida”, conta Ronaldo Costa.
“Essa será minha terceira Corrida do Círio. Mesmo não estando na melhor fase da preparação, não deixei de participar. É o maior evento da cidade, une os amigos e tem um significado enorme para a gente. Treino seis vezes por semana, alternando academia, fortalecimento, velocidade e resistência. Cuido da alimentação, descanso, faço alongamento e massagem. A base é alimentação equilibrada — foi ela que me trouxe até aqui. A culinária de Belém é maravilhosa, mas a gente tem que se controlar.”



Neste mês de outubro, o espírito esportivo e faz ainda mais presente. No último dia 9 foi celebrado o Dia do Atletismo, data que reforça a importância das modalidades esportivas como ferramenta de promoção da saúde e inclusão social.
A Prefeitura de Belém segue incentivando a prática esportiva como ferramenta de transformação e qualidade de vida, e convida todos os cidadãos a prestigiar e, se possível, participar da Corrida do Círio 2025.