O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi), segue ampliando o protagonismo da Amazônia em debates internacionais sobre o futuro do planeta. Nos Emirados Árabes, a secretária Puyr Tembé representou o Estado no painel “Redefinindo a Narrativa Climática: Liderança Indígena na Transformação da Política Global”, durante o Congresso Mundial da Natureza da IUCN, em Abu Dhabi.
O evento reuniu lideranças de diferentes continentes, especialistas e representantes de organismos internacionais para discutir como os povos indígenas podem influenciar diretamente a formulação de políticas e o financiamento climático, indo além da representação simbólica e assumindo posições estratégicas de governança.
Para Puyr Tembé, o debate marca um ponto de virada no reconhecimento da liderança política indígena como força estruturante da justiça climática. “É hora de romper com a lógica de que os povos indígenas são apenas convidados a participar. Precisamos estar nas mesas onde as decisões são tomadas, liderando, coordenando e fiscalizando projetos. Isso é o que transforma presença em poder e discurso em ação”, destacou.
A secretária reforçou que a inclusão de lideranças indígenas em todos os níveis de governança é o caminho mais eficaz para garantir resultados climáticos duradouros e justos e o governo do Pará é um exemplo de que é possível, necessário e eficaz.
“Não queremos ser figurantes em projetos que levam nosso nome. Queremos construir soluções que respeitem nossos modos de vida, nossa espiritualidade e o equilíbrio com a natureza. A floresta não é um ativo, é a nossa casa, o espaço da nossa existência e da nossa sabedoria”, completou.
Durante o encontro, representantes da ONU, do Fórum Internacional Indígena sobre Biodiversidade (IIFB) e da IUCN destacaram o Pará como exemplo de governança compartilhada entre Estado e povos indígenas, citando iniciativas como as Caravanas de Formação dos Povos Indígenas, conduzida pela Sepi. A ação vem promovendo escuta, formação e diálogo em todas as oito etnorregiões do Estado, preparando comunidades para participarem ativamente da conferência das partes que acontecerá em Belém em novembro.
A participação do Pará no Congresso Mundial da Natureza reforça o papel do Estado como referência na integração entre políticas públicas, conhecimento tradicional e governança ambiental global, posicionando os povos indígenas como protagonistas da transformação climática e social em curso.