Profissionais de saúde da Região Metropolitana participam, até esta sexta-feira (12), de um treinamento sobre a implementação da tafenoquina e do diagnóstico G6PD, ferramentas inovadoras para o tratamento da malária. A capacitação é promovida pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em parceria com o Ministério da Saúde (MS). O evento ocorre no auditório do Centro Integrado de Inclusão e Cidadania (CIIC).
A iniciativa atende à Portaria SECTICS/MS nº 27, de 5 de junho de 2023, que incorporou ao Sistema Único de Saúde (SUS) a tafenoquina, indicada para tratamento ou a cura radical da malária causada pelo Plasmodium vivax em pacientes a partir de 16 anos, e o teste quantitativo da enzima glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD), fundamental para confirmar o diagnóstico antes do início do tratamento.
Segundo Paoola Vieira, coordenadora do Programa de Controle de Malária da Sespa, a mudança representa um marco no cuidado aos pacientes e reforça a segurança na área da saúde para receber visitantes em grandes eventos na capital paraense.
“Estamos implementando, junto com o Ministério da Saúde, uma medicação inovadora que reduz o tempo de tratamento. Antes, o paciente precisava tomar o medicamento por 7 dias, o que muitas vezes levava ao abandono do tratamento e à reincidência da doença. Agora, com a dose única, o risco de recaída é significativamente menor”, destacou.
O coordenador do Programa Nacional de Eliminação da Malária do Ministério da Saúde, Alexander Vargas, reforçou a relevância da capacitação.
“Hoje estamos treinando cerca de 130 profissionais de saúde para garantir o uso seguro da tafenoquina e do teste G6PD. Além disso, revisamos os tipos de malária e seus tratamentos. Esse é um passo essencial para alcançarmos a meta de eliminar a malária no Brasil até 2035”, afirmou.
No Pará, a medicação já foi implementada nos municípios pertencentes ao 8º Centro Regional de Saúde (CRS), 9º CRS e no 13º CRS, incluindo Oeiras do Pará, Limoeiro do Ajuru e Cametá. Em cidades como Anajás, Jacareacanga e Itaituba, a adoção da tafenoquina contribuiu para a redução significativa dos casos de malária entre 2024 e 2025 — 76%, 52% e 40%, respectivamente.
Diante dos resultados positivos, o treinamento é voltado para equipes técnicas do 1º CRS e também de municípios pertencentes ao 2º, 3º e 4º CRS, ampliando o alcance da estratégia de prevenção e controle da doença no Estado.
Texto: Suellen Santos / Ascom Sespa