A preparação de Belém para sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em novembro, passa também pelofortalecimento da Vigilância Sanitária. Com esse objetivo, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) e em parceria com o Conselho Regional de Farmácia(CRF), promove o III Simpósio Belém de Vigilância Sanitária (Simbelvisa), que começou nesta quarta-feira, 20, no auditório do Campus de Ciências Biológicas da Universidade do Estado do Pará (Uepa). O encontro segue até esta quinta-feira, 21, reunindo cerca de 280 participantes, entre profissionais de saúde, estudantes, servidores, especialistas e representantes do setor.
Durante os dois dias serão debatidos temas estratégicos comosegurança do paciente, controle de infecções, segurança alimentar, laboratórios analíticos, além de protocolos de resposta a emergências químicas, biológicas, radiológicas e nucleares (QBRN). O evento dá ênfase especial à importância da vigilância sanitária em eventos de massa, como a COP 30, em que o fluxo intenso de pessoas exige atenção redobrada para a garantia da saúde e da segurança sanitária.
O coordenador da Vigilância Sanitária de Belém, Renan Puyal, afirma que o simpósio cumpre um papel fundamental de atualização e capacitação dos profissionais.
“Esse conhecimento aprendido no Simpósio vai fomentar as ações dos fiscais, dos profissionais de saúde e dos acadêmicos, que poderão aplicar na prática tudo o que for debatido aqui. Para a Vigilância Sanitária, é uma oportunidade dequalificação contínua, essencial para acompanhar as constantes mudanças nos aspectos operacionais e tecnológicos da área”, destacou.
A programação inclui palestras e mesas-redondas com especialistas da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e da Sesma, abordando desde a organização dos fluxos de trabalho para a COP 30 até os desafios na produção artesanal do açaí, um dos símbolos da cultura e da economia amazônica.
Para a presidente do Conselho Regional de Farmácia do Pará, Carolina Reitmann, o evento reforça a relevância do farmacêutico na linha de frente da saúde pública. “O farmacêutico é o profissional de saúde mais próximo da população.Com a chegada da COP 30 é fundamental intensificar a fiscalização para garantir a qualidade dos medicamentos, insumos e produtos de saúde disponíveis em farmácias, hospitais e clínicas. A vigilância vai muito além da fiscalização de medicamentos: ela assegura que toda a rede de saúde esteja preparada para atender uma população ampliada durante um evento mundial”, ressaltou.
Participando pela primeira vez do encontro, a farmacêutica Ingrid Silva destacou a importância do intercâmbio de experiências: “Esse espaço fortalece o nosso trabalho, amplia o conhecimento e reafirma o compromisso com a saúde da população. Além disso, nos prepara para esse momento histórico que será a COP 30, quando o Pará e Belém receberão o mundo”.
Os temas em destaque no Simbelvisa incluem os fluxos de trabalho para a COP 30, com estratégias de integração entre órgãos municipais, estaduais e federais; segurança alimentar, com foco especial na cadeia do açaí e nos desafios de garantir qualidade em grande escala; boas práticas em serviços de saúde, controle de infecções e uso racional de antimicrobianos; emergências QBRN em grandes eventos internacionais, com protocolos para riscos químicos, biológicos, radiológicos e nucleares; segurança do paciente. e atualização da legislação para serviços de análises clínicas.
Com uma programação diversificada, o III Simbelvisa reafirma o papel estratégico da Vigilância Sanitária na proteção da saúde coletiva e na preparação de Belém para a COP 30, reforçando que saúde e sustentabilidade caminham juntas.