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A Prefeitura de Belém dará início a umaação inédita de levantamento dos estabelecimentos que comercializam açaína cidade. O objetivo écriar um banco de dados confiável e atualizadosobre essa importante cadeia produtiva,permitindo o planejamento de políticas públicas voltadas à saúde, segurança alimentar e sustentabilidade.
A ação foi anunciada pelo prefeito Igor Normando, na tarde desta quarta-feira (5), em seu gabinete e redes sociais, e será realizada por meio dosistema “Açaí no Ponto”, ferramenta digital desenvolvida em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), como parte das estratégias de modernização da gestão pública e fortalecimento de setores tradicionais da economia local.
De maneira prática,o sistema incluirá o cadastramento dos pontos de venda de açaí da cidade, que permitirá ogeorreferenciamentoe oregistro de informaçõesbásicas, como nome do responsável pelo local, telefone para contato e localização precisa. Atualmente, não há informações oficiais e organizadas sobre a quantidade e localização dos pontos de venda de açaí em Belém. As estimativas são imprecisas e dificultam a atuação do poder público em áreas como vigilância sanitária, descarte correto dos resíduos e acompanhamento de possíveis riscos à saúde.
“Existem estimativas de que, em Belém, haja cerca de 8 mil batedores artesanais de açaí, mas esse número não é confirmado.Com esse levantamento, teremos dados reais sobre esses trabalhadorese deixaremos de trabalhar com suposições”, explicou a promotora de Justiça Érica Almeida, do Núcleo do Consumidor do Ministério Público do Pará (MPPA).
A ação será conduzida por agentes comunitários de saúde(ACSs), quepassarão por qualificaçãoespecífica nos próximos dias. O processo de cadastro junto aos batedores será realizado entre os dias1º e 5 de setembro, durante visitas presenciais aos estabelecimentos.
Com base nos dados coletados, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), por meio da Vigilância Sanitária, poderá desenvolver ações direcionadas, como omonitoramento das áreascom maior concentração de pontos de venda, apromoção de boas práticasno manuseio do fruto e aprevenção de malescomo a doença de Chagas, relacionadas à contaminação do açaí.
A iniciativa não tem caráter punitivo ou fiscalizatório. Trata-se de umaestratégia colaborativa, com foco no fortalecimento da produção artesanal e na melhoria da qualidade do alimento oferecido à população. Desta forma, a Prefeitura reforça a importância de que os estabelecimentos recebam bem os ACSs, contribuindo com um processo que será rápido, gratuito e essencial para o desenvolvimento sustentável do setor do açaí em Belém.
A iniciativa representa umavanço importante para a cidade, no sentido de oferecer orientações úteis sobre as boas práticas na manipulação do açaí. “Vamos conseguir organizar melhor o setor, oferecer mais segurança à população efortalecer uma atividade que é símbolo da nossa identidade cultural e econômica, destinando ações de saúde que vão dar qualidade a cadeia produtiva”, declarou Rômulo Nina, secretário municipal de Saúde.
