20°C 37°C
Parauapebas, PA
Publicidade

Educação Infantil: Salas de Leitura agora têm professores em Belém

A chegada dos profissionais nas escolas municipais fortalece o letramento linguístico e literário das crianças

Redação
Por: Redação Fonte: Agência Belém
29/07/2025 às 18h37
Educação Infantil: Salas de Leitura agora têm professores em Belém
Crédito: Anna Beatriz Sampaio

Belém vive um importante momento na Rede Municipal de Educação: pela primeira vez, as escolas da Educação Infantil contam com professores de sala de leitura. Os profissionais,aprovados em PSS, foram convocados pela Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Semec) para atuar nas escolas de Ensino Infantil, com o principal objetivo deincentivar o gosto pela leitura desde os primeiros anos escolares.

Segundo a coordenadora de Educação Infantil da Semec, Nicole Di Pietro, o impacto pedagógico é significativo. “A presença desses profissionais muda completamente a experiência das crianças com a leitura. A contação de histórias deixa de ser algo esporádico e passa a serestruturada, planejada, conectada com o desenvolvimento infantil. E os professores regentes também ganham espaço para planejar melhor”, explica.

Para preparar bem os novos profissionais na atuação com as crianças, a Semec promoveuformaçõesespecíficas, focadas em mediação de leitura e nasmetodologias voltadas à infância. Além disso, foram distribuídosdois mil kits de livrosliterários para as salas de leitura da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental, além de50 novos títulos por escola, como parte doprograma Pró-Leitura Belém, por meio doCompromisso Nacional Criança Alfabetizadaem parceria com a Fundação Itaú Social.

Continua após a publicidade
Anúncio

Na Escola Jaime Teixeira, no bairro do Tenoné, a professora de sala de leitura Stela Shene assumiu a função com entusiasmo. Foi ela, junto com os demais professores que, neste ano, concretizaram o projeto ‘Piquenique Literário– Ler, brincar e interagir pelo mundo da leitura’. Por meio dele, a escola se transforma num palco de encantamento e descobertas. Histórias lendárias saem de um baú para ganhar vida no imaginário das crianças. Sombrinhas coloridas cobrem a quadra e olhos atentos acompanham cada palavra lida em voz alta.

“No início do projeto, fizemos a boneca Emília sair de dentro do baú. Era um símbolo de que aquele espaço de imaginação estava vivo de novo. Desde então, cada encontro com as crianças é umaviagem diferente pela literatura”, conta a professora Stela.

Foto: Reprodução/Agência Belém
Foto: Reprodução/Agência Belém

As atividades são pensadas de forma integrada com toda a comunidade escolar. “O projeto é construído junto com a gestão, as regentes, e até com as merendeiras e ASGs. A gente faz umtrabalho coletivo. Além da biblioteca, também levamos a leitura para a sala de referência e para a área da mangueira, um espaço acolhedor eao ar livreque ajuda a tornar esse momento ainda mais especial”, explica Stela.

As obras escolhidas sempre são voltadas para ocotidiano paraense e valorizando asliteraturas dos artistas locais. Como é o caso da “Chuvas do meu Pará”, de Beto Siqueira, e “Lá vem ela”, de Humberto Baía, dois livros que dialogam com o cotidiano, o clima e o imaginário amazônico. O Curupira foi o personagem escolhido para sair do baú, com direito aencenação e materiais sensoriais reutilizáveis.

Crédito: Mayara Coqueiro
Crédito: Mayara Coqueiro

“Queríamosenvolver nossas crianças desde o berçário com a literatura,mas de umjeito prazeroso, não preso à sala de referência. O Piquenique Literário traz esse respiro, essaludicidade. E ao longo do ano, o projeto ganha novos formatos, como: a Sacola Literária, o Teatro de Fantoches e até o ‘Abra este Livro’, queestimula a leitura em família”, explica.

Já para a professora Regiane Rayol, que atua no Maternal I, o projeto de ter um professor de leitura trouxe um ganho concreto no cotidiano escolar. “Com a chegada desse profissional, além de termos alguém que trabalha exclusivamente a leitura, nós, regentes, ganhamos tempo para planejar. Isso faz toda a diferença. E ascrianças estão mais envolvidas, mais curiosas, já reconhecem a ‘tia da história’ e esperam por ela com alegria”, compartilha.

Foto: Reprodução/Agência Belém
Foto: Reprodução/Agência Belém

A pequena Vick Rafaelle Castro, de 4 anos, é uma dessas crianças encantadas com o projeto de leitura. “O jaguara estava passeando na floresta, e o tatu pegou o olho dele. Aí, o passarinho ajudou dando uma semente. Eu aprendi que devemos cuidar dos animais”, disse, segurando um dos livrinhos com carinho.

Foto: Reprodução/Agência Belém
Foto: Reprodução/Agência Belém

Com crianças do Berçário ao Jardim II participando ativamente das atividades, a proposta vem mostrando que aleitura na infância vai além das palavras: ela é gesto, som, afeto, movimento e descoberta. “Quando a leitura é feita com o corpo inteiro, com o olhar, com o toque, com o brincar, ela deixa de ser só um conteúdo e vira uma experiência. É isso que estamos construindo com esse projeto”, finaliza Stela Shene.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.