O Governo do Pará vem fortalecendo experiências de ecoturismo por meio de iniciativas da Secretaria de Estado de Turismo (Setur) e do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio). Entre as principais ações estão o acesso a trilhas ecológicas, Unidades de Conservação e outras opções de lazer que aproximam os visitantes da biodiversidade e dos saberes tradicionais das comunidades locais.
Os segmentos que mais atraem turistas no estado são o turismo de negócios e eventos, o turismo cultural, no qual estão inseridos o turismo religioso e gastronômico e o de natureza, onde estão incluídos o ecoturismo e o turismo de aventuras, além do turismo de sol e praia.
O Pará abriga alguns dos destinos mais emblemáticos de ecoturismo da Amazônia, como Alter do Chão (Santarém), o arquipélago do Marajó e a região da Calha Norte, com reservas extrativistas e áreas de conservação de grande potencial para o turismo de base comunitária.
As Unidades de Conservação também se destacam, entre elas o Parque Estadual do Utinga "Camillo Vianna", em Belém; o Parque Estadual da Serra dos Martírios/Andorinhas, em São Geraldo do Araguaia; o Parque Estadual de Monte Alegre; o Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia, na Grande Belém; e a Área de Proteção Ambiental (APA) Arquipélago do Marajó.
Estratégia -Com foco na preservação dos ecossistemas e na valorização do patrimônio natural e cultural, o ecoturismo se consolida como uma estratégia essencial para a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável.
"Estamos preparando o Pará para se consolidar como referência em turismo sustentável na Amazônia. O ecoturismo é uma das grandes vocações do estado, e investir na qualificação de pessoas e na estruturação de atrativos naturais significa gerar oportunidades reais para as comunidades locais e promover o desenvolvimento com responsabilidade ambiental", destacou Eduardo Costa, titular da Setur.
Entre as iniciativas da secretaria estão cursos como Condutor Ambiental de Trilhas e Caminhadas e Observação de Aves, que visam à formação de profissionais especializados em atividades de ecoturismo.
O gerente da Região Administrativa de Belém do Ideflor-Bio, Júlio Meyer, reforçou que os cursos têm dois objetivos principais: garantir segurança na atividade e qualidade na experiência dos visitantes.
Entre as capacitações promovidas pelo Ideflor-Bio estão: Segurança no Turismo de Aventura; Qualidade no Atendimento; Manejo e Sinalização de Trilhas; Formação de Condutores de Trilhas em Unidades de Conservação; e Conduta Responsável na Observação de Fauna. O Instituto também apoia a criação e manutenção de trilhas como Ererê e Paytuna (Parque Estadual de Monte Alegre), Travessia da Serra das Andorinhas (Parque Estadual da Serra das Andorinhas) e a Trilha Amazônia Atlântica, no nordeste paraense.
Além da sinalização adequada — seguindo padrões da Rede Brasileira de Trilhas — o trabalho inclui o mapeamento de serviços de apoio ao ecoturismo, como alimentação, hospedagem, logística e guiamento. Essas informações ficam reunidas na plataforma eTrilhas, disponível na Play Store e App Store, que centraliza dados sobre trilhas e atrativos naturais em todo o Brasil.
A Trilha Amazônia Atlântica, maior roteiro de cicloturismo do Norte do Brasil, recebeu 2 mil placas e 2 mil setas metálicas. O percurso conecta 13 áreas protegidas, incluindo sete Unidades de Conservação e seis territórios quilombolas, e vai de Belém até a Serra do Piriá, no município de Viseu.
Experiências -Frequentadora do Parque Estadual do Utinga há cinco anos, Ana Julia Saldanha, 29 anos, ressalta a importância da experiência. "Ter contato com a natureza em um parque no centro de Belém é essencial para a saúde física e mental, além de valorizar o meio ambiente urbano. Esse contato também educa e sensibiliza sobre a importância da conservação", afirma.
Carina Rocha, 35 anos, também costuma visitar o parque aos finais de semana. "Todo mundo deveria aproveitar o Parque do Utinga. Fica perto e traz muitos benefícios para a saúde e o bem-estar", conclui.
Turismo em alta -Em 2024, o Pará recebeu mais de 1,2 milhão de turistas, um aumento de 15,4% em relação a 2023, segundo dados do Observatório do Turismo do Pará, divulgados pela Secretaria de Estado de Turismo (Setur).
Esse avanço gerou um impacto econômico significativo, com receita superior a R$ 870 milhões — somados os gastos de turistas nacionais e internacionais em visita ao Pará no acumulado do ano passado — e que projeta expectativas ainda mais fortes para o fechamento deste ano, que tem a COP30 como principal atrativo.
Este ano, a estimativa é que o Pará deve atrair cerca de 1,5 milhão de visitantes ao longo deste ano. Este número representa um aumento projetado no fluxo turístico, o que equivale a um crescimento superior a 20% em 2025.
*Com texto de Giovanna Abreu (Secom) e Sâmia Maffra (Setur)