Com 24 anos de atuação, o Núcleo de Crimes Ambientais (NCA) da Polícia Científica do Pará (PCEPA) tem papel estratégico na segurança pública, atuando na produção de provas periciais em crimes ambientais que envolvem danos à fauna, flora, solo e recursos hídricos. Composto por 14 peritos criminais de diversas áreas do conhecimento, o núcleo fornece laudos técnicos que subsidiam investigações e operações policiais em todo o estado.
"Cada profissional atua de acordo com sua formação e a demanda específica do caso. Além da Região Metropolitana de Belém, contamos com o apoio de peritos em outras regiões para atender as demandas do interior", explicou o gerente do NCA, perito criminal Enaldo Ferreira.
Entre os crimes mais frequentes, os maus-tratos a animais lideram os atendimentos. Para esse tipo de delito, há um esquema de plantão específico com peritos médicos veterinários, que atuam em parceria com a Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa), da Polícia Civil do Pará.
O núcleo também participa ativamente das operações Amazônia Viva e Curupira, realizadas pelo Sistema Estadual de Segurança Pública (Sieds) e pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). Na Amazônia Viva, que está na 56ª fase, os trabalhos são planejados a partir de alerta de desmatamento. Já na Curupira, o foco é o combate a crimes ambientais dentro de Áreas de Proteção Ambiental (APAs), com atuação em bases fixas localizadas em São Félix do Xingu, Uruará e Novo Progresso.
As perícias mais requisitadas incluem constatação de desmatamento e queimadas, identificação e medição de madeira, extração mineral ilegal, além de análise de armamentos, veículos e equipamentos usados em crimes ambientais.
"Nosso trabalho é materializar as provas, elaborando laudos técnicos que subsidiam as investigações da Polícia Civil", reforçou Enaldo.
Além de equipamentos como drones, o setor também utiliza softwares forenses e imagens de satélite para reforçar a precisão das perícias. Em junho, dois peritos do NCA participaram do 3º Encontro Nacional de Usuários da RedeMais, em Brasília, onde apresentaram estudo de caso sobre o uso de imagens de satélite para embasar laudos periciais.
A "RedeMais" é um programa do Ministério da Justiça e Segurança Pública em parceria com a Polícia Federal que fornece imagens de alta resolução para órgãos de segurança e fiscalização ambiental.
"O acesso a imagens de satélite permite identificar padrões, quantificar áreas degradadas e monitorar mudanças ao longo do tempo, o que garante maior precisão aos nossos laudos", explicou o gerente do NCA.
Para o diretor-geral da PCEPA, perito criminal Celso Mascarenhas, o trabalho da perícia ambiental é fundamental para a preservação da Amazônia.
"A Polícia Científica é o braço técnico e especializado na materialização desses crimes, contribuindo para o fortalecimento das políticas públicas ambientais do Estado", concluiu.
Texto: Amanda Monteiro/ASCOM PCEPA