Foto: Ygson França/Sejusc
Ter uma velhice tranquila e segura é um sonho comum, mas é nessa idade que muitas pessoas passam por violências. Para amparar e orientar essas vítimas, a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) dispõe de três unidades do Centro Integrado de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa (Cipdi), com atendimentos de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Os Cipdis estão localizados na zonas centro-sul, na Rua do Comércio, ao lado da Delegacia Especializada em Crimes Contra o Idoso (DECCI); e nas zonas leste e norte, nas dependências as unidades do Pronto Atendimento ao Cidadão (PAC) nos shoppings São José e Via Norte, respectivamente.
Nos espaços, é possível fazer denúncias sobre crimes cometidos contra pessoas idosas, ter atendimento jurídico e psicossocial, além de receber orientações sobre os programas de bem-estar do Governo do Amazonas e sobre o Estatudo da Pessoa Idosa.
Um dos advogados do Cipdi Normando Pinheiro explica que dezenas de idosos e familiares procuram o serviço diariamente, muitas vezes para checar se casos suspeitos se enquadram como crimes e de que forma as vítimas podem ser assistidas. Os atendimentos sempre começam pela escuta qualificada da vítima.
“A pessoa idosa e o seu acompanhante podem se dirigir ao Cipid, onde será atendido para que seja feita a escuta qualificada. Ela também passará por um serviço multiprofissional envolvendo uma equipe de assistentes sociais, psicólogos e advogados. Aqui, ela receberá toda a orientação necessária para a resolução do caso”, explica Pinheiro.
Foto: Ygson França/Sejusc
Segundo ele, neste mês, com o reforço de informação sobre a campanha Junho Violeta, a procura se intensifica nas três unidades do Cipdi e ainda com casos encaminhados pela rede de proteção.
“O maior número de atendimentos aqui se dá principalmente em relação a questões de violência física contra a pessoa idosa, violência psicológica, patrimonial e financeira. Hoje está muito comum a realização de golpes virtuais, por exemplo, golpes relacionados a empréstimos indevidos feitos no nome dessas pessoas idosas. Tem um volume muito grande de vítimas dessa violência que tem nos procurado”, avaliou o advogado.
Alvo frequente
Mesmo que a violência ocorra em ambos os gêneros, as mulheres são alvos mais frequentes. Dos 4.060 crimes registrados de janeiro a maio de 2025, 56% foram contra mulheres, pardas e, em sua maioria, na faixa etária de 60 a 69 anos. Quando o recorte se dá por estado civil e escolaridade, 29% delas são solteiras e 30,9% têm o Ensino Fundamental.
As zonas da cidade com maior índice de denúncias de crimes contra a pessoa idosa são leste, norte e sul da capital. Quanto aos casos mais registrados, estão: negligências, com 560 casos; vulnerabilidade e risco social, com 453 casos; seguido de violência psicológica, com 374; e violência financeira e econômica, com 294 casos denunciados aos Cipdis. Intimidação e perturbação teve 255 registros.
Normando diz que grande parte das violências são cometidas no seio familiar. “Infelizmente essa é uma realidade, por isso é importante a denúncia. No Cipdi, o atendimento jurídico se dá em todas as áreas. Os idosos são recepcionados e muitas vezes são encaminhados para a Defensoria Pública ou Delegacia do Idoso para averiguação”, reforça.
Casos de violências também podem ser denunciados ao Disque 100 e aos números 180 e 190, 24 horas por dia.