400 mil crianças e adolescentes são diagnosticados com câncer por ano no mundo. No Brasil, nesse mesmo período, são detectados 7.930 casos e passou a ser a doença que mais mata na faixa etária de 01 a 19 anos, segundo dados da Agência Nacional de Saúde.
Para contribuir com o aumento das chances de cura dessas crianças e adolescentes, a Prefeitura de Belém, através da Superintendência da Primeira Infância, da Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (Semec) e em parceria com o Instituto Casa Ronald McDonald em Belém, realizou na manhã desta terça-feira, 10, a formação “Sensibilização do Programa Diagnóstico Precoce do Câncer Infantojuvenil”.
O evento foi voltado para gestores das escolas da Rede Municipal de Belém. O objetivo do curso écapacitar profissionais da educação para identificação de sinais e sintomas do câncer infantojuvenil, diferenciando esses sinais de outras condições comuns da infância e da adolescência, bem como incentivar a comunicação com os pais ou responsáveis e o encaminhamento para a avaliação médica.
Para o assistente social Cleiton Lopes, do Instituto Ronald McDonald, as crianças passam muito tempo na escola, às vezes até mais do que na própria casa com os familiares. Por isso é necessário que o profissional de educação esteja preparado para observar as mudanças na saúde desse estudante que pode estar apresentando sintomas de algum tipo de câncer.
Também é necessário que os educadores comuniquem a família sobre o problema que pode estar acontecendo com o aluno e indicar o caminho que devem seguir na busca do tratamento.
“Às vezes a criança tem uma conexão até maior com o professor de confiança, ou mesmo a merendeira ou agente de portaria conseguem chegar em um diálogo com esse aluno que os pais, por conta do trabalho ou por conta de uma rotina exaustiva, não conseguem" disse Cleiton.
A detecção precoce é um diferencial para o sucesso do tratamento e a qualidade de vida. Muitos dos sintomas iniciais são sutis e podem ser confundidos com problemas comuns da infância ou adolescência.
O seminário desperta esse alerta dentro da escola. “Um programa desse porte, que vem trazer informação sobre a saúde dos nossos estudantes, mostra o cuidado que a Prefeitura tem com os nossos alunos e, ao mesmo tempo, nos é dado uma bagagem para identificar e informar sobre essa doença”, comentou a diretora da Escola Municipal de Ensino Infantil Maria Clemildes Luanda Maia.
A apresentação da superintendente da Primeira Infância de Belém, Flávia Marçal, fechou a formação. Ela aproveitou o espaço para colocar o órgão à disposição dos gestores das escolas municipais e disse também que fará a articulação intersetorial em busca de serviços que fortaleçam o atendimento da primeira infância.
“Nós estamos aqui para construir essa ponte com vocês. Eu costumo dizer que ninguém faz nada sozinho. Para mim, que venho da sociedade civil organizada, mais do que nunca tenho a obrigação de trazer para a gestão pública tudo aquilo que aprendi: uma delas é a escuta, o outro é o trabalho em conjunto e o terceiro é não esquecer que a ciência é uma força motriz da transformação”, concluiu a superintendente.
No dia 13 de junho, a formação será para os gestores das escolas particulares. A programação ocorrerá no auditório da Secretaria Municipal de Governo (Segov), na Av. Almirante Barroso, 1312, bairro do Marco.