Os alunos das turmas do Jardim II do anexo escolar Associação de Mulheres Nossa Senhora Aparecida, no bairro do Tapanã, passaram a ter um novo olhar para o meio ambiente após terem participado da criação de um jardim vertical, que agora compõe a vista da janela da sala de aula.

A iniciativa partiu do professor Antonio Pinto no início do período letivo, quando ele percebeu que os alunos jogavam lixo pela janela e que os resíduos estavam se acumulando no local. Ele conta que dava para ver da janela a natureza da vizinhança, mas que as crianças não tinham o hábito de contemplar a paisagem. “Quando eles souberam que ia ter um jardim ali, já foi uma grande empolgação, e depois quando souberam que eles estariam dentro desse processo de construção do jardim, foi muito mais ainda”, relembra o professor.

Os alunos participaram de todo o processo: pintaram garrafas PET que se transformaram em vasos, plantaram as mudas e hoje acompanham o crescimento das plantas. “Teve uma aula para ensinar como era a alimentação das plantas, o que a planta precisa para viver e como o vaso precisava ser composto para receber uma planta”, explica Antonio.

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Ele explica que a conscientização sobre meio ambiente é feita de forma constante nas turmas. “Cada fenômeno da natureza que acontece ao nosso redor, a gente vai explicando para eles e utilizando como fundo de cena o jardim, as árvores de perto, os bichos que passam por aqui. A gente contempla e também conversa sobre a natureza”. 

E o projeto deve continuar com mais ações. Antonio quer deixar o jardim mais colorido e com mais plantas. “O jardim está só no início, agora está com as primeiras mudas. Nesse momento os alunos estão contemplando como as plantas estão vivendo, como é que elas vão ficando mais robustas, como é que elas dão flor. Futuramente a gente vai colocar um bebedouro para pássaros. Eu estou bolando uma pequena fonte também, que a gente vai montar juntos e colocar lá. A gente vai colocar mais cor ali”, planeja o professor.

Com esse trabalho, Antonio deseja mudar até mesmo o olhar sobre os fenômenos da natureza, que embora estejam bagunçados devido às mudanças climáticas, originalmente cumprem uma função e possuem sua beleza. “Acho que a infância deles merece isso, merece que eles olhem a natureza de um modo melhor, porque a gente vive numa degradação constante do meio ambiente. E a gente sofre isso em nossas casas: uma chuva, por exemplo, vem de forma negativa na nossa cabeça, e essas crianças têm que mudar o olhar delas em relação a isso”, conclui o professor.