A mineradora Vale, mesmo atingindo recordes de exportação e cumprindo suas metas com uma das maiores PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de sua operação, desligou mais de 157 funcionários do Projeto Salobo, em Parauapebas. Esses cortes ocorreram poucas semanas após a empresa anunciar o ambicioso Programa Novo Carajás, que se tornou destaque nacional.
Esse programa, que prevê um investimento de R$ 70 bilhões entre 2025 e 2030, é apontado como uma iniciativa alinhada ao planejamento estratégico da Vale para a região de Carajás. No entanto, apesar de sua grandiosidade, as demissões geram um contraponto, sobretudo porque os colaboradores desligados pertenciam ao Projeto Salobo, alguns com mais de 15 anos de dedicação à empresa.
Vale destacar que o Programa Novo Carajás destinará R$ 42 bilhões, ou seja, 60% do valor total do investimento, ao Salobo. Apesar desse volumoso aporte, o projeto vê trabalhadores sendo substituídos por novos equipamentos, tecnologias e ideias. Embora essas mudanças provoquem avanços operacionais, o impacto humano das demissões não pode ser ignorado.
A visão da Vale para o futuro parece buscar inovação e eficiência, mas enquanto máquinas e investimentos chegam, os profissionais que construíram a base desses projetos são, em parte, deixados para trás.
Em nota, a Vale respondeu que implementou um novo modelo organizacional no final do ano passado como parte do esforço para tornar o negócio mais ágil, descentralizado e competitivo. “Essas mudanças envolvem todas as áreas do negócio, incluindo funções operacionais, administrativas e corporativas. A companhia reforça que segue comprometida com as operações no Brasil e com a transformação da Vale Metais Básicos em uma empresa líder na produção de metais para a transição energética.”