21°C 31°C
Parauapebas, PA
AsEscolasdeSambadoGrupoEspecialdeBelémse preparam para entrar na avenida. Sãonoveagremiaçõesque vão desfilar na Aldeia Amazônica, no bairro da Pedreira, na sexta-feira(14)esábado(15). Na contagem regressiva para a apresentação, as agremiações estão realizando os últimos ajustes e preparativos nas fantasias e alegorias
Neste ano, todas as Escolas levam para a avenida um tema em comum:a importância da preservação da Amazônia, da sustentabilidade e de divulgar para o mundo as riquezas da nossa região. A temática que reúne todas as Escolas está atrelada à realização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30), sediada em novembro deste ano, em Belém (PA).
Cada escola abordará o tema a sua maneira. O público pode esperar histórias diversas, com temas mitológicos, histórias sobre os nossos ancestrais, exaltação da força da mulher amazônica, entre muitos outros enredos.
Confira as Escolas de Samba que vão desfilar no Grupo Especial e saiba um pouco sobre os seus enredos:
ABole-Boleé bicampeã do Carnaval de Belém. Ela venceu em 2023, com um enredo em homenagem ao músico Ronaldo Silva, um dos fundadores do “Arraial do Pavulagem” e, em 2024, com o enredo: “Juriê, a fantástica energia da Amazônia Paraoara”.
Em busca do tricampeonato, a Escola do bairro do Guamá, fundada em 1984, aposta no enredo"Amazônia Ensolarada", que apresenta a visão dos ancestrais da Amazônia sobre a região.
"Todo mundo está de olho na COP-30 e queremos mostrar que o certo não é apenas o desenvolvimento, mas o envolvimento com a natureza. Chega de regimes coloniais e de ganância", explica o diretor e compositor da Bole-Bole, Herivelto Martins. A "Amazônia Ensolarada" deseja entrar na avenida como uma reação do povo amazônico aos ensinamentos impostos por estrangeiros que não conhecem a floresta.
AEscola de Samba Império Pedreirensedividiu o pódio com a Bole-Bole, em 2024, e também se consagrou em 1º lugar com o samba-enredo: “Em Belém de Nazaré tem Reza, Batuque e Samba no Pé”.
Com 74 anos de existência, a agremiação aposta no bicampeonato com o enredo:"As águas dos meus encantos nos cantos dos curimbós", que contará a história da Amazônia a partir da versão dos encantados que regem as águas da região, como Iemanjá, Exu Maré, Iara, entre outros.
Há dois anos que oAcadêmicos de Samba da Pedreira“bateu na trave”, conta o vice-presidente da Escola, Marco Antônio Sousa. A agremiação foi vice-campeã em 2023 e 2024 e, este ano, entrará na avenida para vencer. Fundada em 1980, a Escola escolheu o samba-enredo:"Rudá, a explosão do amor em defesa da Amazônia". Uma história que parte das vidas dos povos indígenas da família Tupi-Guarani e da divindade Rudá, que povoa as nuvens e é o Deus do Amor.
"O Gavião Real da nossa Escola se junta com Rudá para conscientizar a sociedade sobre o respeito ao meio ambiente, mostrando que devemos fazer a diferença em relação a limpeza e reciclagem em nossa casa, rua e cidade", explica Sousa. O vice-presidente acrescenta, ainda, que todas as fantasias e carros alegóricos que serão apresentados são 100% sustentáveis, nenhum material agride o meio ambiente e tudo será aproveitado para o desfile do ano que vem.
AAgremiação Quem São Eles existe há 79 anos, no coração do Umarizal. Em 2024, alcançou o 3º lugar do Carnaval. Para este ano, eles apostam no samba-enredo:"O Despertar da Floresta", que fala sobre ecologia e preservação da Amazônia a partir de um lado mítico e lendário. O samba-enredo conta que os pajés e os povos tradicionais já têm uma profecia de que, após a devastação que o homem vem praticando no planeta, quatro guerreiros – que são elementos da natureza - vão travar uma luta espiritual e devolver o equilíbrio e a energia para a Amazônia, proporcionando que a natureza desperte a alegria, a felicidade e a saúde.
Fundado em 1934, oRancho Não Posso me Amofiná alcançou a 4ª colocação no Carnaval de 2024. Para esse ano, a agremiação do bairro do Jurunas aposta no samba-enredo"A História do Mascate Amazônico que se tornou o midas do Norte!". Trata-se de uma homenagem ao comerciante paraense Oscar Rodrigues, dono de uma rede de supermercado em Belém. O Rancho fará um passeio pelos 80 anos de vida de Oscar, desde a sua infância no município de Igarapé-Miri, crescendo ao lado dos peixes, das árvores, da natureza, até a vinda para Belém.
O samba-enredo escolhido pelaEscola Deixa Falar para este ano é:"O Sonho Virou Realidade. Uma gota de amor para salvar a criação". A história foca nas religiões de matrizes africanas para revelar as situações que afligem o mundo e, principalmente, a Amazônia. “Oxalá, que é o Deus maior, ao olhar para a Amazônia observa todas essas situações de destruição da nossa terra, os rios secando, os peixes morrendo, as matas sendo roubadas e queimadas, os indígenas sendo dizimados. Então, Oxalá derrama essa gota de amor para salvar a criação e a Amazônia", explica Esmael Tavares, presidente da agremiação carnavalesca. O Grêmio Recreativo Cultural e Carnavalesco “Deixa Falar” foi fundada em 1992, e conquistou o 5º lugar no Carnaval de 2004.
Fundada em 1975, aEscola de Samba Boêmios da Vila Famosaalcançou o 6º lugar no Carnaval de 2024. Agora, eles vão desfilar na avenida o samba-enredo: "Sucupira: a Terra do Absurdo". O tema traz uma forte crítica ao mundo e à região amazônica em que vivemos, com a destruição dos nossos patrimônios, a falta de união no ambiente cultural e a pouca conscientização sobre o meio ambiente, com cidadãos jogando lixos nas ruas. Esse olhar negativo, no entanto, se transforma com a chegada da Curupira que, na avenida, se transformará em vários animais, como o jabuti, o jacaré, a onça, a borboleta e a coruja. "Essas transformações vão acordar a cobra-grande que vai começar a sacudir e organizar os problemas da cidade, para que ela se torne limpa e que tenhamos um carnaval brilhante", completa Arlindo Júnior, presidente da Escola Vila Famosa.
"O Cantar Caboclo da Amazônia" foi o enredo escolhido pelaEscola de Samba Piratas da Batucadapara disputar o pódio do Carnaval em 2025. O samba-enredo fala sobre as diferentes heranças das musicalidades amazônicas.
Primeiro, a música amazônica recebe a herança da natureza, do movimento dos rios, do cantar dos pássaros, do balançar das árvores. Depois, há a herança da musicalidade indígena e africana.
Toda essa sonoridade se relaciona com a música que ouvimos hoje na periferia de Belém, como o tecnobrega e as aparelhagens. “Nós queremos mostrar que a música é uma poderosa ferramenta de preservação do meio ambiente e da floresta amazônica”, completa o diretor do Piratas da Batucada e autor do enredo, Jamil Mouzinho. A agremiação foi fundada em 1974 e, em 2024, conquistou o 7º lugar no carnaval belenense.
Campeã das Escolas de Samba do Grupo de Acesso de 2024, com o samba-enredo “Pelos caminhos da Fé, aos sons dos tambores do meu São Bené", aEscola de Samba Mocidade Olarienseretorna ao grupo das Escolas Especiais depois de um jejum de 10 anos. Nessa volta, a Escola quer fazer bonito na avenida e escolheu apresentar o samba-enredo:"A Revolta das Icamiabas, um delírio fascinante em defesa do reino das pedras verdes". De acordo com o vice-presidente da Escola, Fábio Ferreira, o tema fala da força da mulher amazônica, desde as Incamiabas, mulheres líderes indígenas que venciam os homens em suas batalhas, até as “Incamiabas” atuais, que são as fazedoras de cultura, as líderes dos assuntos sobre meio ambiente, as mulheres indígenas que protegem a natureza. É o protagonismo feminino em suas diversas facetas atravessando a avenida! O Grêmio Recreativo Social e Cultural Escola de Samba Mocidade Olariense foi fundado em 1975.
14 de março (sexta-feira)
15 de março (sábado)
