O pôr do Sol de sábado, 25, foi com ar de empoderamento feminino na Orla de Marabá. As ruas foram tomadas pelas vozes e cartazes das mais de 80 mulheres ativistas dos direitos e políticas voltadas à mulher. A ação faz parte da Campanha “21 dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”, iniciada no sábado, em alusão ao Dia Internacional da luta contra a violência à mulher, e é promovida pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Seaspac), por meio da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para a Mulher de Marabá. A ação segue até o dia 10 de dezembro, dia Internacional de Direitos Humanos.
“Hoje é o lançamento do ativismo pelo fim da violência contra a mulher, comemorado no mundo inteiro, e aqui em Marabá, a Coordenadoria está fazendo esse movimento, onde teremos caminhada aqui na Orla, aproveitando esse pôr do sol laranja, e a gente pretende conseguir mostrar que a gente quer um basta na violência em Marabá. Fizemos uma convocação para a mulherada de Marabá. E confeccionamos mensagens com alguns textos relacionados ao fim da violência. A gente quer dizer para a mulher que ela não está sozinha, e que a gente está nesses 21 dias de ativismo pelo fim da violência, pois infelizmente Marabá ainda ocupa o terceiro lugar de município mais violento no Estado”, aborda a coordenadora, Heliane Paiva.
Além da ação de caminhada e conscientização, a coordenadora enfatiza que a Seaspac promove outros eventos nas escolas, em grupos sociais e nos CRAS, com o objetivo de sensibilizar sobre a causa.
Para a aposentada Rosalina Isoton, à frente de grupos sociais em prol da mulher, como o das Mulheres arco-íris e a Ouvidoria Popular Mulher Conte Comigo, ações como esta promovem e ampliam a luta contra esse problema social. Além disso, a ativista aprova a participação da Seaspac em todos os movimentos alusivos a este.
“É maravilhoso estarmos todas juntas e unidas, porque é muito importante a gente vir pra rua, estar reivindicando os direitos das mulheres, lutando por mais políticas públicas, para ajudar a combater a violência contra as mulheres, e assim, fortalecendo, potencializando essa luta. Além disso, a atuação da Assistência Social é muito boa, principalmente para a gente, enquanto lideranças comunitárias. A gente vê que muita coisa tem melhorado, está avançando.”, comenta a aposentada.
Integrante do grupo de mulheres do Cabelo Seco, a ativista Ana Luíza Rocha é bastante engajada em movimentos e ações em prol da mulher e participou do início ao fim do evento. A militante explica que é preciso continuar, principalmente por meio dos grupos sociais, a luta, empoderamento e o acompanhamento com as mulheres.
“O nosso grupo de mulheres realiza vários eventos, empoderando as mulheres, porque nossas mulheres têm que ser empoderadas, para sair de casa, trabalhar, viver. É isso que a gente quer das nossas mulheres. A gente sempre conversa, tem muitas reuniões, a gente chama assistentes sociais para estar falando o que realmente é um assédio, o que é uma violência psicológica, doméstica. Então, tudo isso elas têm que saber. O homem, às vezes, está falando alguma coisa, mas ela não está entendendo nada, e na realidade, ali, ela está sofrendo uma violência psicológica, que é uma das piores. Por isso, a gente está nessa caminhada para ver se a gente consegue chamar atenção e acabar com essa violência doméstica”, acentua a ativista.
Presente na ação e apoiadora das causas e movimentos, a vereadora Cristina Mutran reitera a participação da Câmara na promoção de políticas públicas em prol da proteção à mulher em Marabá.
“Eu, como vereadora e como mulher, me somo a vocês, para nós levarmos essa mensagem de conscientização à sociedade, e assim conseguirmos diminuir os índices de violência, de feminicídio. Nós temos políticas públicas voltadas à causa da mulher e vemos que a nossa presença vem somar a luta que elas realizam. E é uma luta diária. Várias reuniões são realizadas na Câmara, debates são realizados. Nós temos a Ouvidoria da mulher que tem à frente a Dona Rosalina Isoton. É uma mulher muito combativa e que está sempre junto. A Patrulha Maria da Penha, que tem à frente o Inspector Lemos, também tem uma participação efetiva, levando a mensagem aos homens. Eles já se encarregam também de levar a mensagem do combate”, ressalta a parlamentar.
A caminhada seguiu pela Orla Sebastião Miranda e encerrou logo depois da Praça São Félix, com aulão de ritmos para as mulheres.
Para fazer a denúncia, ligue para a central do Disque-Denúncia, no número 94 3312 3350. Todas as informações são repassadas para as autoridades locais e rede de proteção à mulher.
Texto: Sávio Calvo
Fotos: Paulo Sérgio
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