Uma licitação realizada pela Prefeitura de Canaã dos Carajás, no sudeste do Pará, está chamando a atenção da população e levantando suspeitas de superfaturamento.
O processo licitatório, identificado como 119/2023/SRP, prevê o pagamento de R$ 7.923.500,00 por 120.000 sacos de cimento de 50 quilos.
O valor da licitação tem sido alvo de críticas devido à discrepância entre o preço proposto e os valores praticados no mercado comum de cimento. No relatório de cotação de preços disponibilizado pelo processo licitatório, os preços unitários do cimento variam entre R$ 60,27 e R$ 71,24 por saco de 50 quilos. Esses valores estão muito acima da média de mercado, que gira em torno de R$ 28,00 por saco "preço do cimento por saco, valor por atacado", de acordo com informações obtidas em uma rápida cotação que fizemos com diversos fornecedores no país, citamos a Telhanorte e Leroy Merlin.
Essa disparidade de preços levanta a suspeita de que a licitação poderia estar inflacionada, o que é uma prática comum em casos de corrupção, conhecida como superfaturamento. A aquisição de 120.000 sacos de cimento a esses preços, quando comparada com os valores de mercado, representa um gasto consideravelmente maior para os cofres públicos.
É importante ressaltar que, se a prefeitura optasse por adquirir a mesma quantidade de cimento no mercado comum, pagaria apenas R$ 3.360.000,00, ou seja, menos da metade do valor proposto na licitação. Com essa economia substancial, o município teria a possibilidade de adquirir cerca de 282.982 mil sacos de cimento, mais que o dobro proposta na licitação, caso optasse pelo preço médio de R$ 28,00 por saco, um valor comumente praticado por grandes lojas de materiais de construção no atacado.
O atual secretário de obras, Zito Augusto, que também exerce a função de vice-prefeito, está no centro das atenções. A população exige transparência e uma revisão do processo licitatório, caso sejam confirmadas as suspeitas de superfaturamento.
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