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Lançamento da 49ª Festa da Chiquita celebra diversidade e COP 30

Tradicional festa profana, que acontece na noite da Trasladação do Círio, o evento é apoiado pela Prefeitura. Edição deste ano lança debate sobre o...

Redação
Por: Redação Fonte: Agência Belém
20/09/2025 às 09h57
Lançamento da 49ª Festa da Chiquita celebra diversidade e COP 30
Crédito: Hugo Tomkiwitz

Na noite desta sexta-feira, 19 de setembro, oMemorial dos Povos foi palco do lançamento oficial da 49ª edição da Festa da Chiquita, uma das mais tradicionais celebrações que envolvem o Círio de Nazaré.O evento conta com o apoio da Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Semcult), e apresentou oficialmente o tema de 2025:
“Chiquita na COP30: Exclusão social – os riscos para a população LGBTQIAPN+ na Amazônia.”

Diálogo com a agenda climática e social

A Festa da Chiquita é uma celebração profana, queacontece anualmente após a trasladação do Círio de Nazaré, na Praça da República, em Belém.Uma manifestação de resistência, fé e liberdade da comunidade LGBTQIAPN+ .

O tema deste ano conecta a celebração com a agenda climática da Conferência da ONU (COP30), que será realizada em Belém, em novembro. A intenção éevidenciar como as desigualdades sociais e ambientais afetam diretamente a população LGBTQIAPN+ na região amazônica— que muitas vezes é a primeira a sentir os impactos e a última a ser acolhida.

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Foto: Reprodução/Agência Belém
Foto: Reprodução/Agência Belém

“Estamos abrindo as comemorações do Jubileu de Ouro da Chiquita. Este ano, além de lançar nosso novo mascote e logomarca, decidimos dialogar diretamente com a COP 30, trazendo umaprovocação importante sobre os impactos climáticos na vida da comunidade LGBTQIA+”,complementa Eloi Iglesias, artista e cofundador do evento.

A história por trás da tradição

Criada em 1978 pelo sociólogo carioca Luís Bandeira, a então “Filhas da Chiquita” nasceu como um bloco de Carnaval, ese consolidou como manifestação cultural, política e afetivasob a direção de Eloi Iglesias, um dos grandes nomes da cultura e da militância LGBTQIAPN+ na Amazônia.

“É uma festa para todas as pessoas.Não importa a classe social, a religião, a orientação sexual.É um convite ao encontro, à alegria e ao respeito. Nós temos direito à fé, à cultura, ao amor – e também ao espaço público”, reforça Eloi.

Noite de celebração e arte no Memorial dos Povos

Crédito: Hugo Tomkiwitz
Crédito: Hugo Tomkiwitz
Crédito: Hugo Tomkiwitz
Crédito: Hugo Tomkiwitz

Com entrada gratuita, o lançamento oficial da Festa da Chiquita 2025 contou com uma programação diversa e vibrante.A noite teve roda de carimbó, desfile do “Garoto Chiquito”, concurso “Drag da Chiquita” e performances de símbolos da cena drag local.A ansiedade pela Festa já é compartilhada pelo público.

Foto: Reprodução/Agência Belém
Foto: Reprodução/Agência Belém

Já o casal Antonela Reis, 45, e Daniel Prestes, 46,frequenta o evento há mais de 20 anos e hoje também faz parte da produção.“É um orgulho imenso estar do outro lado, agora ajudando a construir essa festa que sempre nos acolheu. A Chiquita é história viva, é resistência e afeto”

Crédito: Marli Portilho/ Secom
Crédito: Marli Portilho/ Secom
Crédito: Marli Portilho/ Secom
Crédito: Marli Portilho/ Secom

Reconhecimento e Patrimônio Cultural

Reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN),a Festa da Chiquita foi homenageada em 2025 com o 38º Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, como uma dasexpressões culturais mais relevantes da Região Norte.

Essa conquista reafirma o valor histórico, artístico e social do evento, quehá 49 anos ocupa as ruas de Belém com cor, música e irreverência, sempre na véspera do Círio de Nazaré– fortalecendo o diálogo entre tradição religiosa e diversidade cultural.

Rumo aos 50 anos com ainda mais visibilidade

Com o lançamento da 49ª edição, a Chiquita se prepara para comemorar meio século de existência, em 2026. E em 2025, será um dos destaques culturais da COP 30, prometendo dar ainda mais visibilidade à luta LGBTQIAPN+ na Amazônia.

A Festa da Chiquita 2025, às vésperas da COP 30, promete mais do que festa: será um manifesto coletivo por justiça social, ambiental e cultural.

“A gente faz luta com fervo. E é isso que a Chiquita representa”, finalizou Eloi.

Crédito: Hugo Tomkiwitz
Crédito: Hugo Tomkiwitz
Crédito: Hugo Tomkiwitz
Crédito: Hugo Tomkiwitz
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