A Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas) realizou, em parceria com o Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral), o III Congresso Técnico Simineral, no município de Santarém, oeste paraense, onde reuniu representantes do setor público e privado, especialistas de representações nacionais e internacionais e de instituições parceiras para debater práticas de sustentabilidade, descarbonização e o papel da mineração na transição energética.
Ao longo da programação, o secretário-adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Semas, Rodolpho Zahluth Bastos, participou de dois debates centrais: o painel “COP30: Construindo Agendas para o Pará e para o Brasil”, que tratou das estratégias do Estado que sediará a conferência climática, e o painel “Descarbonização com a Mineração: Minerais Críticos para Transição, Descarbonização de Operações e Cadeia, Finanças Climáticas e Crédito de Carbono na Mineração”, no qual destacou as ações do Pará na agenda de transição energética.
“O objetivo é que setor público e privado caminhem juntos, fortalecendo boas práticas, mediando a relação com comunidades tradicionais e promovendo uma mineração responsável, capaz de conciliar governança, pacificação social e sustentabilidade ambiental nos territórios onde atua”, afirmou o secretário-adjunto.
Sustentabilidade- Também participou da programação o diretor de Licenciamento da Semas, Marcelo Moreno, que contribuiu no painel “O desafio da Mineração Irregular e da Mineração Sustentável como parceira para o Desenvolvimento e Conservação”, reforçando a importância do licenciamento ambiental no enfrentamento às práticas ilegais e no fortalecimento de modelos sustentáveis.
O presidente do Simineral, Anderson Baranov, destacou que o congresso vem cumprindo um papel estratégico para o engajamento. “Este terceiro congresso reforça a importância de abrir o diálogo sobre mineração e sustentabilidade. A cada edição buscamos trazer diferentes perspectivas, mostrando o papel da mineração no dia a dia da sociedade, os investimentos sociais realizados e os desafios que enfrentamos. A parceria com o governo do Estado, em especial com a Semas, tem sido fundamental para consolidar uma mineração responsável na Amazônia. O evento também marca a assinatura da Carta Santarém, um compromisso coletivo que simboliza esse esforço conjunto”, declarou.
O vice-prefeito de Santarém, Carlos Martins, enfatizou o papel da cooperação entre entes públicos e privados. “É uma alegria para Santarém sediar um evento que reúne o setor mineral, o governo do Estado e os municípios em torno do desenvolvimento sustentável. Essa parceria é fundamental, pois temos responsabilidades com nossas populações tradicionais, extrativistas, pescadores, indígenas e quilombolas. O compromisso que está sendo firmado aqui reforça a necessidade de alinhar a mineração às dimensões social, ambiental e econômica, aproximando ainda mais o setor das comunidades e dos territórios. Esse diálogo, às vésperas da COP30, é um passo importante para uma transição energética de baixo carbono e para construir um futuro mais sustentável”, completou.
Carta Santarém- o encontro culminou com a assinatura da Carta Santarém, considerada um marco para o setor mineral do Pará. O documento, construído em parceria entre o Simineral e a Semas, simboliza o compromisso em transformar dados técnicos em ações concretas de governança, preservação ambiental e desenvolvimento social. A Carta prevê a criação de um banco de dados estratégico sobre a mineração no Estado, com relatórios capazes de subsidiar políticas públicas e práticas empresariais voltadas para a sustentabilidade, alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e aos desafios globais da agenda climática.
“A Carta Santarém é o resultado desse processo, estabelecendo uma plataforma de dados que reunirá iniciativas de restauração e descarbonização, permitindo ao Estado e às empresas definir estratégias conjuntas mais eficazes”, enfatizou o secretário-adjunto.