Como parte das ações comemorativas pelos 12 anos do Hospital Geral de Tailândia (HGT) sob gestão do Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (SESPA), o Centro de Hemodiálise da unidade lançou nesta semana o projeto “Movimento que Cuida”. A iniciativa reúne profissionais da fisioterapia, nutrição e do grupo de humanização para promover o cuidado integral aos pacientes em tratamento dialítico, com atividades físicas adaptadas realizadas semanalmente durante as sessões de hemodiálise.
A proposta surgiu a partir da observação dos desafios enfrentados pelos pacientes que permanecem longos períodos em posição sentada ou deitada, condição que pode ocasionar desconfortos musculares, rigidez articular e sensação de fadiga. Além disso, o ambiente hospitalar muitas vezes se torna monótono e gera estresse emocional. Por isso, o Movimento que Cuida alia exercícios leves, alongamentos e mobilizações adaptadas, com duração de 10 a 15 minutos, ao trabalho de conscientização sobre hábitos de vida mais saudáveis.
A fisioterapeuta Fernanda Cordeiro destaca que o projeto foi pensado para trazer benefícios diretos à saúde física e mental dos pacientes. Segundo ela, o fortalecimento muscular, aliado ao estímulo da mobilidade, é um passo importante para melhorar a qualidade de vida de quem depende de tratamento contínuo.
"Os pacientes em hemodiálise acabam enfrentando muitas limitações físicas pelo tempo prolongado de permanência em posição sentada. A prática de exercícios, mesmo que de forma breve e adaptada, ajuda a reduzir dores, melhorar a circulação e prevenir perda de massa muscular. Além disso, traz um momento de interação e motivação, que também faz diferença na autoestima", explica Fernanda.
A usuária Débora Carolina, 23 anos, que realiza tratamento no Centro de Hemodiálise do HGT, comentou sobre a importância da iniciativa para quem passa várias horas em sessão.
"Eu achei uma ideia muito boa! Como a gente faz esse tratamento, temos algumas limitações. Passamos bastante tempo aqui sentados. Tem gente que faz duas sessões por semana, tem pessoas que fazem três, então, durante esse período, ficamos três ou quatro horas parados. Às vezes não podemos fazer uma caminhada ou algum outro exercício porque há restrições. Por isso, essa iniciativa de ter fisioterapeuta acompanhando e orientando exercícios que sejam possíveis e fáceis de realizar é muito importante. Vai ser algo eficaz pra nós, que temos essas limitações", destacou a usuária.
Estrutura e atendimento- Desde sua inauguração, em dezembro de 2024, o Centro de Hemodiálise do HGT já realizou cerca de 2.710 sessões e atualmente atende 45 pacientes ativos. A equipe é formada por 31 profissionais, entre nefrologistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogo, nutricionista, assistentes sociais e equipe de apoio.
A nutricionista Patrícia Manfredi ressalta que a integração entre a atividade física e a alimentação equilibrada potencializa os resultados do tratamento e promove autonomia dos pacientes que estão participando do projeto.
"Esse projeto, Movimento que Cuida, nasceu da união entre a fisioterapia, a nutrição e o grupo de humanização da nossa unidade hospitalar. Nós percebemos a importância de promover o cuidado integral aos pacientes em hemodiálise, e o movimento — literalmente — faz parte disso. O fortalecimento muscular, conduzido pelas fisioterapeutas, é essencial para melhorar a qualidade de vida desses pacientes, que passam muitas horas em tratamento e acabam desenvolvendo limitações físicas", explica Patrícia.
Estrutura- O Hospital Geral de Tailândia possui 51 leitos e mantém uma Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) com nove leitos, sendo seis adultos e três pediátricos. Os usuários que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS) têm acesso aos serviços oferecidos pelo HGT por meio da Central de Regulação Municipal, e aos de urgência e emergência em livre demanda ou encaminhados pelo Samu, Corpo de Bombeiros Militar e Polícia Rodoviária.