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Abrigo Esperança: Secretário da Semas Revela que Abusos Sexuais já Eram Conhecidos por Ex-Gestores de Parauapebas

Em coletiva à imprensa, titular da Semas aponta “caos” na assistência social e denuncia falhas históricas na proteção de crianças e adolescentes; Neil Armstrong, secretário municipal de Assistência Social, também comenta o caso  

Redação
Por: Redação
07/02/2025 às 11h21 Atualizada em 08/02/2025 às 16h41
Abrigo Esperança: Secretário da Semas Revela que Abusos Sexuais já Eram Conhecidos por Ex-Gestores de Parauapebas
Neil Armstrong, secretário municipal de Assistência Social de Parauapebas

Durante uma coletiva de imprensa realizada hoje, o secretário municipal de Assistência Social de Parauapebas (Semas), titular responsável por acompanhar o caso do Abrigo Esperança, revelou que os abusos sexuais e violências sofridos por crianças e adolescentes no local não são recentes. De acordo com o secretário, os crimes já eram de conhecimento dos ex-gestores de Parauapebas, mas não foram devidamente combatidos, o que levou a um cenário de “caos” na assistência social no município.  

O Abrigo Esperança, que deveria ser um espaço seguro para acolher menores em situação de vulnerabilidade, transformou-se em um ambiente de terror. Relatos de estupros, agressões físicas e psicológicas foram sistematicamente ignorados, segundo o secretário. Ele destacou que a falta de ação dos antigos gestores permitiu que as violações continuassem por anos, expondo as crianças a traumas profundos e irreparáveis.  

“Estamos diante de um cenário caótico, onde a proteção básica que deveria ser garantida a essas crianças foi negligenciada. Os abusos não são de agora, e é revoltante saber que poderia ter sido evitado se houvesse uma atuação mais firme e responsável por parte dos ex-gestores”, afirmou o secretário durante a coletiva.  

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Neil Armstrong, secretário municipal de Assistência Social de Parauapebas, também se pronunciou sobre o caso. Ele reconheceu as falhas no sistema de proteção e destacou que a atual gestão está empenhada em reverter o quadro de descaso. “Estamos trabalhando em conjunto com o estado e outras instituições para garantir que essas crianças recebam o apoio necessário e que os responsáveis por esses crimes sejam punidos. Não podemos mais tolerar a violação dos direitos das nossas crianças”, declarou Armstrong.  

A Semas, em parceria com outras instituições, está conduzindo uma investigação aprofundada para apurar as responsabilidades e identificar todos os envolvidos. O secretário também anunciou medidas emergenciais para garantir a segurança das vítimas e reestruturar o sistema de acolhimento no estado. Entre as ações, estão previstas a capacitação de funcionários, a melhoria das condições físicas dos abrigos e a implementação de um sistema de monitoramento mais rigoroso.  

Especialistas em direitos humanos e assistência social têm alertado para a necessidade de uma reforma urgente no sistema de proteção a crianças e adolescentes. A superlotação, a falta de recursos e a ausência de fiscalização adequada são problemas recorrentes em abrigos de todo o país, mas o caso do Abrigo Esperança chama atenção pela gravidade e pela omissão das autoridades locais.  

O secretário da Semas reforçou que a prioridade agora é garantir justiça para as vítimas e evitar que novos casos ocorram. “Não podemos mais permitir que crianças e adolescentes sejam tratados com tamanho descaso. Este é um momento de reflexão e ação para que tragédias como essa não se repitam”, concluiu.  

Enquanto as investigações avançam, a sociedade cobra transparência e responsabilidade. O caso do Abrigo Esperança serve como um alerta para a necessidade de uma mudança estrutural na assistência social, garantindo que os direitos das crianças e adolescentes sejam, de fato, respeitados e protegidos.

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