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Acidentes com motos representam 54% e tecnologia contribui para redução
Dados como estes fazem com que cidades e estados brasileiros busquem meios de reduzir infrações e a tecnologia, aliada a inteligência artificial, t...
27/09/2022 08h46
Por: Redação Fonte: Agência Dino
Foto: Reprodução

Os acidentes envolvendo motos, em vias e rodovias de todo o país são crescentes, assim como a frota. Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, o primeiro semestre deste ano registrou 50% mais vendas de motos.

Seguindo o aumento da frota, o número de infrações com motociclistas também subiu 14,3% em 2021, se comparado com o ano anterior. Ao todo, foram registradas 71.344 ocorrências no país. Os acidentes com motos representam 54% de todos os acidentes de trânsito do Brasil, segundo a  Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet). Neste período, cerca de 308 mil motociclistas precisaram ser hospitalizados, e cerca de 2 mil não resistiram aos ferimentos. O total de hospitalizações custou R$ 279 milhões aos cofres públicos.

Dados como estes fazem com que cidades e estados brasileiros busquem meios de reduzir infrações e a tecnologia, aliada a inteligência artificial, têm sido fundamentais para evitar acidentes com veículos e motos. Aliado a câmeras de monitoramento de alta definição, os medidores de velocidade possibilitam a integração em uma central e são dotados de softwares que também conseguem emitir dados como a tentativa de motociclistas driblar o radar pela calçada, parada sobre faixa de pedestres, avanço de semáforo no vermelho, fluxo em contramão, ultrapassagem e conversão proibida. A tecnologia chamada laço indutivo também permite registrar e capturar a imagem do veículo e da moto em qualquer local da via. 

"É possível capturar instantaneamente a imagem da moto, inclusive entre faixas, permitindo a perfeita identificação quanto à marca, modelo, placa, local, data e horário da infração e, adicionalmente, pode gerar um vídeo, tornando o registro ainda mais incontestável", explica o especialista em mobilidade, Guilherme Araújo, que também é diretor-presidente da Velsis, fabricante de tecnologia em trânsito.

Os equipamentos - instalados em cidades como São Paulo, Curitiba, Salvador, Anápolis, Aracajú, Novo Hamburgo e nos estados do Pará e Rio de Janeiro - detectam ainda transporte irregular em motos, falta de capacete, conversões proibidas e retornos irregulares. “Todas as informações geradas pelos sensores permitem aos agentes públicos monitorar e avaliar comportamento e tendências de comportamento dos condutores, inclusive das motos, bem como autuar – se houver desrespeito e legislação vigente”, explica Guilherme Araújo.

Números do Brasil 

No Pará, 514 faixas de radares de velocidade e 80 equipamentos para videomonitoramento estão ajudando a reduzir acidentes com motos, desde 2020. A frota de motocicletas do estado, proporcionalmente, é a maior do Brasil em percentual, com 53% do total. Ao todo, são 2,34 milhão de veículos, sendo que 1,24 milhão são motos.

De acordo com o diretor técnico e operacional do Detran Pará, José Bento de Andrade Gouveia Junior, a tecnologia dos radares está ajudando a reduzir mortes e infrações envolvendo motociclistas. "Cerca de 90% dos traumas que chegam ao Hospital Metropolitano de Belém são de motociclistas acidentados. Iniciamos uma força-tarefa no estado para reverter este quadro apostando em qualificação, tecnologia e educação no trânsito sobre a importância do uso do capacete, que não é utilizado por 60% dos motociclistas", conta José Bento.

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Segundo ele, com isso, o número de mortes em acidentes de trânsito que era de 7,88 para cada 10 mil veículos em 2016, caiu para 5,95 em 2021 mesmo com o aumento da frota. "Acreditamos que com esta redução já conseguimos salvar mais de 600 vidas", conta.

Em Curitiba, foram instalados 200 novos radares - sendo a Velsis responsável por 135 equipamentos na região Sul - para controle de velocidade. A medida resultou em uma redução de 48% no número de acidentes com vítimas. Dados recentes divulgados pelo Batalhão de Polícia de Trânsito do Paraná (BPTRAN) apontam que em 2019 o número de acidentes com vítimas foi de 4.278, entre os meses de janeiro a agosto. Já em 2022, no mesmo período, o número de acidentes contendo vítimas baixou para 2.089.

No entanto, o número de acidentes com motos foi de 51%, mesmo as motocicletas representando apenas 11,5% da frota total de veículos emplacados na cidade. Isso significa que de 1,5 milhão de veículos, 167.786 são motos. 

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Em Natal, capital do Rio Grande do Norte, uma ação articulada entre órgãos do Governo do Estado está sendo realizada para diminuir o número de acidentes de trânsito, em especial os que envolvem motocicletas. A medida emergencial se dá pelo crescimento de 35% no número de atendimentos por acidentes de motocicletas no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG) em 90 dias. 

Para Guilherme Araújo, a mobilidade urbana é um grande desafio para governantes de todo o mundo.  “O monitoramento auxilia as administrações de trânsito municipais e estaduais no planejamento urbano”, finaliza.