A pecuária paraense inicia 2026 com uma mudança decisiva no controle sanitário do rebanho. A partir de 1º de janeiro, nenhum bovino ou bubalino poderá circular dentro do Pará sem estar identificado individualmente e acompanhado da Guia de Trânsito Animal (GTA) devidamente atualizada. A determinação é da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) e integra o avanço do Sistema Oficial de Rastreabilidade Bovídea Individual do Pará (SRBIPA).
A regra estabelece que cada animal deve portar um brinco visual e um brinco eletrônico, garantindo que cada cabeça de gado tenha um número único para rastreamento. A mudança tem repercussão direta em toda a cadeia produtiva do Estado e marca um novo patamar de exigência e organização na pecuária paraense.
Segundo a Adepará, a implantação do sistema permitirá acompanhar, com precisão, informações de origem, vacinação, movimentação e destino dos animais. A rastreabilidade individual passa a ser requisito indispensável para transportes entre propriedades, eventos agropecuários, comercialização e abate.
A agência destaca que o objetivo central é fortalecer o controle sanitário, atender padrões nacionais e internacionais e posicionar o Pará entre os estados com maior rigor na gestão do rebanho.
Para facilitar a adaptação ao novo sistema, criadores com rebanhos de até 100 animais receberão os brincos gratuitamente, fornecidos pela Adepará. Já os médios e grandes produtores deverão adquirir os identificadores em lojas agropecuárias credenciadas.
A Adepará reforça que o prazo final não será prorrogado e que a não conformidade poderá gerar multas, impedimento de transporte e restrições sanitárias.
As unidades regionais da Adepará têm registrado aumento na busca por regularização nas últimas semanas. Técnicos da agência afirmam que, além de atender à legislação, a nova fase abre portas para mercados mais criteriosos, incluindo programas de certificação e exportação.
Especialistas destacam que a identificação individual melhora o monitoramento de doenças, agiliza investigações sanitárias e traz maior segurança para consumidores e frigoríficos.
Com mais de 24 milhões de cabeças de gado, o Pará é um dos maiores produtores de carne do país. A adoção de um sistema oficial de rastreabilidade representa um salto tecnológico que aproxima o Estado de modelos já aplicados em regiões de referência no agronegócio.
A partir de janeiro, qualquer transporte sem identificação individual ou sem GTA atualizada estará irregular — e o produtor poderá ser impedido de movimentar seus animais.
A Adepará orienta que os criadores procurem imediatamente as unidades locais para cadastrar o rebanho, solicitar os brincos e atualizar a documentação.