Com o objetivo de debater soluções para os impactos da crise climática nas cidades amazônicas a partir de experiências locais, o FONPLATA – Banco de Desenvolvimento realizou na manhã desta segunda, 17, o painel“Construindo Cidades Amazônicas Resilientes – Parceria em Ação”,que contou com a presença de diferentes entidades, autoridades e pesquisadores. A programação ocorreu no contexto da COP 30 em Belém e foi realizada naEstação Amazônia Sempre, do Museu Paraense Emílio Goeldi.
O Prefeito de Belém, Igor Normando, foi convidado para fazer o pronunciamento de abertura do evento, e destacou a necessidade de olhar as cidades com soluções que possam ser replicadas em várias localidades, de acordo com asrealidades particulares.
Ele também pontuou que, para integrar justiça climática e justiça social, é fundamentalouvir os municípios e entender os seus desafios.“A vida acontece nas cidades, é onde acontecem os desafios. Se nós, as prefeituras, somos os primeiros a serem procurados quando acontecem catástrofes em decorrência das mudanças climáticas, por que também não podemos ser as primeiras a serem procuradas na hora de discutir para onde vão os recursos advindos das contribuições internacionais?Não podemos discutir sobre florestas sem os povos da floresta, também não tem como discutir os grandes projetos de gestão sem debater com as prefeituras”,declarou Igor Normando.
O painel seguiu com a participação do Diretor Executivo da AESBE (Associação Brasileira de Empresas Estatais de Saneamento), Sérgio Gonçalves; da Coordenadora da PRODESAN Pará (Projeto de Desenvolvimento de Saneamento do Pará), Tatiana da Costa; da CEO da Aba Climate Solutions, Beatriz Azevedo; da Especialista Sênior do Escritório do Assessor Especial sobre Mudança Climática do BID, Juliana Almeida; e do Diretor-Presidente da Águas do Pará, André Faco. Além dos convidados, o painel foi apresentado por Eliana Dam, Vice-presidente de Operações e Países da FONPLATA.
Em busca de uma solução comum
A FONPLATA é um Banco de Desenvolvimento formado por cinco países:Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai,cuja principal missão é apoiar a integração dos países-membros para consolidar um desenvolvimento harmônico e inclusivo. De acordo com Miguel Alejandro Trigoso, Especialista Sênior Ambiental da FONPLATA, o objetivo do painel, que foi organizado em colaboração com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), foientender o problema da resiliência hídrica e climática através dos olhos e dos ouvidos dos municípios e trazer à mesa de diálogo os mais importantes atores nessa busca de uma solução comum.
“Nós, como organização de financiamento multilateral, não vamos encontrar sozinhos a solução. É a população local, que entende e que vive o problema, e em muitos casos é quem tem as soluções, juntamente com as empresas, as autarquias. Essas parcerias são o que estamos buscando para poder lograr umavisão integral do problema, que nos ajude a desenhar uma solução também integral do problema”,afirmou Miguel.
Ele explica que esse é o começo de um trabalho de longo prazo, no qual deverão trabalhar aparte técnica, os problemas de saneamento e clima e a adaptação dos serviços.“Já trabalhamos com várias instituições de investigação, em temas de hidrologia, clima, adequação de sistemas de saneamento, no Brasil, na Argentina, Bolívia, Uruguai e Paraguai, porque queremos capitalizar toda essa capacidade científica que existe em nossos países para que nos ajude a responder este problema climático”, concluiu Miguel.