A vereadora Elizabeth Maciel (Republicanos-AM), conhecida como Betinha, emitiu uma retratação pública após repercussão negativa de uma fala durante sessão na Câmara Municipal de Borba (AM), na qual sugeriu que a violência contra a mulher poderia ser justificada em “casos específicos”.
No vídeo divulgado em redes sociais, Betinha reconheceu que sua declaração foi “extremamente infeliz” e “totalmente inadequada”, afirmando que tais palavras não representam o que pensa ou deseja transmitir. Ela reforçou que a violência contra a mulher “não pode ser tolerada ou justificada sob hipótese alguma”.
A repercussão do caso coincide com um cenário preocupante no país. Segundo o Atlas da Violência 2025, o Brasil registra mais de 66 mil casos de agressão física e sexual por ano, sendo que mulheres entre 15 e 29 anos são as mais afetadas. No Pará, dados da Secretaria de Segurança Pública indicam mais de 5 mil denúncias de violência doméstica nos últimos 12 meses, com muitos casos recorrentes.
Especialistas alertam que a subnotificação é grande, já que muitas vítimas não denunciam por medo, dependência econômica ou falta de apoio. Movimentos de mulheres reforçam que, além de punir agressores, é necessário fortalecer políticas de prevenção, acolhimento, educação e campanhas de conscientização.
“Não basta apenas punir o agressor. É preciso oferecer suporte emocional, social e jurídico para que a mulher possa reconstruir sua vida”, reforçam especialistas.
A retratação de Betinha serve como alerta para a sociedade sobre a necessidade de combater a violência contra a mulher de forma efetiva, utilizando dados, políticas públicas e educação para transformar a realidade no Brasil.