Geral SEGURANÇA
Polícia Científica atinge meta anual de coleta de DNA em custodiados
Foram coletados 1.115 perfis, e com essas amostras, os dados serão enviados para o Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG).
12/09/2025 08h25 Atualizada há 12 horas
Por: Redação Fonte: Secom Pará

 

Peritos Criminais do Laboratório de Genética Forense, da Polícia Científica do Pará (PCEPA), alcançaram no dia 2 de setembro, a meta anual de mil coletas de amostras de DNA de custodiados do sistema prisional.

A ação foi feita em parceria com a Secretaria de Assistência Penitenciária (Seap) após 8 visitas em unidades do sistema penitenciário, no decorrer do primeiro e segundo semestres deste ano. Foram coletados 1.115 perfis, e com essas amostras, os dados serão enviados para o Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG).

O objetivo da ação conjunta é enviar informações ao BNPG, para que seja feita a comparação do DNA das pessoas privadas de liberdade com os vestígios genéticos encontrados em cenas de crimes, na busca de provas materiais que possam contribuir para a elucidação de crimes. As amostras de DNA são coletadas por meio da swabe (material absorvente preso a uma haste), passado no interior da boca para extração de células da mucosa oral. Após o trabalho técnico minucioso feito pelos peritos criminais, os dados são inseridos no BNPG.

Com mais de 10 anos, desde o início das coletas de DNA para o BNPG, esse ano a meta foi definida em mil perfis inseridos no banco, o que garante um número maior de inclusões de dados genéticos na plataforma nacional.

“Embora a coleta exista desde 2014, foi só em 2019 que a Senasp acelerou o processo e estabeleceu metas a serem cumpridas pelos Estados. No primeiro ano de meta a ser cumprida, ficamos em 4º lugar entre os Estados que mais inseriram perfis e, por isso, ganhamos vários equipamentos como incentivo. Nos anos seguintes, continuamos a atingir as metas anuais, também visitamos casas penais de 12 municípios paraenses”, afirmou a perita criminal Elzemar Rodrigues, gerente do Laboratório de Genética Forense.

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Além de ser gerente do setor, a perita também é administradora do BEPG no Pará, tendo como responsabilidade a inserção no banco dos perfis coletados. “Tenho uma satisfação muito grande em conseguirmos manter as metas, fazendo com que o Estado do Pará sempre esteja entre os Estados que mais inserem perfis de condenados nos bancos. Mesmo mediante uma alta demanda de perícias para realizar, inclusive em anos difíceis, como o ano do auge da pandemia, quando muitos laboratórios de outros Estados não conseguiam nem entrar nos presídios, nossa equipe conseguiu realizar o trabalho e atingir a meta. Ficamos por dois anos seguidos em 3º lugar, e buscamos melhorar sempre, pois, é muito satisfatório ver nosso trabalho sendo reconhecido. Além disso, nosso trabalho também é de suma importância para a sociedade, pois estamos contribuindo para uma sociedade mais justa e segura com a elucidação e prevenção de crimes”, completou a perita criminal.

Os perfis genéticos obtidos de amostras coletadas em cenas de crimes ou nos corpos das vítimas são comparados entre si e com perfis genéticos obtidos de condenados criminalmente. Sobre o total de “matchs”, nome utilizado quando há o cruzamento dos dados genéticos, com algum vestígio, só no Pará, entre os anos de 2019 até 2025, foram atingidos mais 30 “matchs”.

O primeiro “match” da PCEPA foi dado entre os Estados do Pará e Goiás. Além disso, já houve um "match" internacional, na Guiana Francesa, relacionado à investigação da Interpol, que foi de um vestígio de um condenado coletado em Marabá.

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Atualmente, há mais de 10 mil cadastros de condenados de Justiça no Banco Estadual de Perfis Genéticos, coletados nos últimos 7 anos nas unidades prisionais do Pará. A coleta é realizada em cumprimento à Lei nº 12.654/2012, que torna obrigatória a coleta de material biológico de condenados da Justiça por crimes hediondos e graves contra a pessoa, para que seja inserido em um banco de dados nacional, com o objetivo de cruzar informações e auxiliar nas investigações de crimes cometidos em todo o território nacional.

Texto: Amanda Monteiro