Geral MEIO AMBIENTE
Mulheres indígenas do Pará reforçam protagonismo na defesa da Amazônia e dos direitos
No Dia da Amazônia e Dia Internacional da Mulher Indígena, Governo do Pará, por meio da Sepi, destaca a força das mulheres na preservação da flores...
05/09/2025 13h20
Por: Redação Fonte: Secom Pará

No Dia da Amazônia e também no Dia Internacional da Mulher Indígena, celebrados em 5 de setembro, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi), reforça o protagonismo das mulheres e dos povos indígenas na defesa da floresta e na construção de soluções para a crise climática.

O Pará reúne cerca de 70 povos indígenas entre mapeados e isolados, de acordo com levantamento da Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa). A Fepipa é uma organização que representa os povos indígenas do Estado, fundada em 2016, que atua em defesa dos direitos coletivos e individuais, além de promover o fortalecimento cultural, político e social das comunidades indígenas. Segundo o levantamento da federação, o Pará concentra mais de 80 mil indígenas, distribuídos em territórios e também em áreas urbanas, evidenciando o desafio de garantir políticas públicas adequadas e inclusivas.

Ansiã Maria Xipaya durante a Marcha das Mulheres Indígenas em Brasília.

Já o Censo 2022 do IBGE aponta que o Estado tem 80.974 indígenas, o que corresponde a 1% da população total do Pará, estimada em 8.116.132 habitantes. O Pará ocupa a 6ª posição no ranking nacional de Estados com maior população indígena, atrás apenas do Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Roraima.

Ainda segundo o IBGE, 51,64% dos indígenas no Pará viviam em terras indígenas em 2022, um crescimento de 13,15% em relação ao censo anterior. Os dados também revelam que há indígenas em todos os 144 municípios paraenses.

Esses levantamentos complementares da Fepipa e do IBGE reforçam a diversidade e a relevância dos povos indígenas no Pará, evidenciando a importância da Sepi na articulação de políticas públicas que alcancem tanto as aldeias quanto as populações que vivem em áreas urbanas.

Continua após a publicidade

“A Amazônia não pode ser vista apenas como recurso, mas como vida. Para nós, povos indígenas, preservar a floresta é preservar nossas culturas, nossa espiritualidade e a existência das futuras gerações. O Pará mostra ao Brasil e ao mundo que o protagonismo indígena é essencial e as mulheres indígenas são a forma que leva de geração em geração os ensinamentos de proteção da natureza”, afirmou a secretária dos Povos Indígenas do Pará, Puyr Tembé.

Segundo o IBGE, as mulheres indígenas representam mais de 50% da população indígena no Brasil. No Pará, elas têm papel fundamental nos territórios: são responsáveis pela transmissão dos conhecimentos tradicionais, pelo cuidado com a terra e pela organização comunitária. Além disso, sua presença vem crescendo nos espaços políticos e de articulação, fortalecendo a luta coletiva pela preservação da Amazônia e pela garantia de direitos.

A conexão entre território e direitos humanos também ganha força nesse marco. A preservação da Amazônia está diretamente ligada à garantia dos direitos fundamentais dos povos indígenas, como o direito à terra, à cultura, à educação diferenciada e à saúde, reconhecidos na Constituição Federal, na Convenção 169 da OIT e na Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas.

Continua após a publicidade

Para a juventude, o Dia da Amazônia também representa um chamado à continuidade dessa luta. Tuxere da Silva, jovem indígena de 14 anos da aldeia Krijõhêrêkatêjê, reforça a importância de os jovens se prepararem para os desafios do futuro. “A floresta é a nossa escola e o nosso lar. Quando a gente fala sobre Amazônia, estamos falando de nós mesmos. Aprender e participar desse processo é importante para que possamos seguir cuidando do nosso território e do planeta.”

Ao longo do mês de setembro, a Sepi seguirá realizando agendas e diálogos estratégicos, reforçando a presença do Pará como território central para o enfrentamento das mudanças climáticas e para a garantia de um futuro justo e sustentável.