Estudantes da Escola Estadual Antônio Batista Belo de Carvalho, no município de Santarém, Região de Integração Baixo Amazonas, oeste do Pará, vivenciam uma experiência inovadora de aprendizagem com o Projeto “Arqueologia na escola: escavando conhecimentos – da terra para a lousa”, que une ciência, história e cultura amazônica por meio de práticas desenvolvidas com as turmas da 2ª série do Ensino Médio, dentro do componente curricular “Percursos de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas”.
Com visitas ao Centro Cultural João Fona, simulações de escavação arqueológica, oficinas de cerâmica inspiradas na tradição marajoara e tapajônica, confecção de maquetes, debates, uso de plataformas interativas em sala de aula e montagem de uma exposição interativa aberta à comunidade, aproximadamente 80 estudantes participam do projeto, que incentiva o aprendizado sobre o patrimônio arqueológico da região de forma prática e significativa.
Memória viva- Segundo a professora Eliane Azevedo, responsável pela iniciativa, a ideia - que surgiu de um sonho pessoal da adolescência - hoje transforma o cotidiano escolar em um espaço vivo de memória, investigação e protagonismo estudantil. “A arqueologia permite que nossos estudantes compreendam a história não apenas pelos livros, mas pela experiência prática. Eles se tornam verdadeiros protagonistas do conhecimento, ressignificando o que aprendem em sala de aula”, enfatizou Eliane Azevedo.
Para ela, o diferencial da proposta está no envolvimento ativo dos alunos. “O projeto tem despertado curiosidade e entusiasmo entre os estudantes, além de fortalecer o sentimento de pertencimento ao território amazônico. As ações também dialogam com diferentes áreas do conhecimento, tornando a aprendizagem interdisciplinar e atrativa”, destacou a educadora.
Sobre o projeto, a estudante Rebeca Santos, da 2ª série do Ensino Médio, disse que “o que mais me chamou atenção foi a criatividade que desenvolvemos em cada participação e a organização para ver o projeto crescer a cada etapa. A atividade que mais me marcou foi a simulação de escavação arqueológica. Sempre que falo sobre o projeto, essa experiência vem à memória, porque foi muito significativa e nos transportou diretamente para o mundo da Arqueologia. Para mim, o projeto Arqueologia na Escola é muito importante, pois resgata e valoriza a nossa história amazônica. Ele me fez olhar com mais cuidado para o patrimônio histórico e arqueológico de Santarém, que precisa ser preservado”.
Próximos passos -Com os resultados e o engajamento dos estudantes, o projeto já tem um novo desafio: preparar uma exposição para a Semana da Consciência Negra, em novembro. A exposição vai apresentar à comunidade escolar as produções feitas pelos estudantes, com o objetivo de gerar reflexão sobre a importância da preservação do patrimônio arqueológico amazônico.
Em julho deste ano, o projeto foi inscrito e habilitado na etapa estadual da 38ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).