Geral EM BELÉM
Pará destaca vocações econômicas na 21ª edição do Americas Competitiveness Exchange
O evento reúne representantes de governos e empresas das Américas visando impulsionar o desenvolvimento econômico e identificar projetos, oportunid...
25/08/2025 17h10
Por: Redação Fonte: Secom Pará

Belém sedia até a próxima sexta-feira (29) a 21ª edição do Americas Competitiveness Exchange (ACE), com o tema central “Inovação para a preservação ambiental e desenvolvimento social”. Promovido pela Organização dos Estados Americanos (OEA), o evento foi aberto oficialmente nesta segunda-feira (25), reunindo representantes de governos e empresas das Américas para impulsionar o desenvolvimento econômico, a inovação e o empreendedorismo, além de identificar projetos, oportunidade de investimentos e melhores práticas.

O evento ocorre em Belém até a próxima sexta-feira

O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), participa da programação oficial. O titular da Sedeme, Paulo Bengtson, integrou o painel de abertura “Brasil e Pará: panorama e perspectivas econômicas”, ao lado de Julia Braga, subsecretária de Acompanhamento Macroeconômico e de Políticas Comerciais do Ministério da Fazenda, e de Camille Bemerguy, secretária-adjunta de Bioeconomia da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas).

Paulo Bengtson destacou o papel estratégico do Pará na economia nacional, com forte atuação nos setores mineral, energético e industrial. Ele ressaltou que o Pará é o segundo maior produtor mineral do Brasil, com uma produção estimada de 302,9 milhões de toneladas em 2024. “Os produtos minerais representam 70,5% das exportações do Pará, com destaque para cadeias produtivas como alumínio, cobre, ferro e aço, manganês, níquel, ouro e estanho”, informou.

Paulo Bengtson expôs o potencial do Pará no evento

O secretário também enfatizou as amplas oportunidades de negócios nas áreas de agropecuária, indústria e mineração. “Somos o segundo maior produtor de ferro do País e contamos com uma infraestrutura logística estratégica, que facilita o escoamento da produção. Atualmente, a produção mineral corresponde a 31% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado”, completou.

Energia- O protagonismo do Pará como potência energética e produtiva na Amazônia foi ressaltado por Paulo Bengtson. Segundo ele, o Estado abriga as duas maiores hidrelétricas 100% brasileiras — Tucuruí e Belo Monte — que, juntas, somam 19.535 MW (megawatt) de capacidade instalada, abastecendo diversas regiões do Brasil. Outro projeto de destaque é a distribuição de gás natural, liderada pela Companhia Gás do Pará. O GNL (Gás Natural Liquefeito) é transportado por navios até o Porto de Vila do Conde, em Barcarena, na Região Metropolitana de Belém.

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O secretário enfatizou ainda o compromisso do Governo do Pará com um modelo de desenvolvimento ambientalmente sustentável. Para isso, o Estado vem adotando medidas que fortalecem as cadeias produtivas da sociobiodiversidade, promovendo a geração de renda aliada à preservação ambiental.

Nesse contexto, o titular da Sedeme apresentou os incentivos fiscais concedidos pelo Estado do Pará no âmbito das políticas públicas. Segundo ele, os incentivos não apenas fortalecem a competitividade das empresas locais, como impulsionam a verticalização da produção industrial e fomentam o crescimento econômico de forma responsável e sustentável. Tudo isso em consonância com as diretrizes da agenda climática global e com o compromisso do Estado em promover um modelo de desenvolvimento equilibrado, inclusivo e ambientalmente responsável.

Embaixador Unaldo Vieira de Souza: expectativa para a COP30

Conferência ambiental- O embaixador Unaldo Vieira de Souza, coordenador de Relações Internacionais do Pará em Brasília (DF), destacou a importância do momento, especialmente diante da expectativa pela realização da COP30 (conferência mundial sobre mudanças climáticas), que ocorrerá em Belém. em novembro próximo.

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Com mais de quatro séculos de história, Belém se prepara para sediar esse marco na luta global contra a crise climática, diante de desafios ambientais são cada vez mais urgentes e visíveis.

O embaixador ressaltou o papel estratégico do evento como espaço de debate sobre o potencial econômico da região. A 21ª edição do ACE está inserida no contexto contemporâneo da economia verde e das novas perspectivas de desenvolvimento sustentável.

Segundo ele, preservação ambiental e desenvolvimento social devem caminhar juntos — separá-los é comprometer o futuro da humanidade. “A floresta amazônica é imensa, e sob suas copas ainda há muitos segredos a serem desvendados. Porém, mais do que biodiversidade, a Amazônia abriga 30 milhões de pessoas que merecem uma vida digna, com oportunidades, valorização dos recursos naturais, crescimento sustentável, inovação tecnológica e pesquisa científica”, afirmou.

Embaixadora Daniela Arruda Benjamin: clima e realidade regional

Urgência- A embaixadora Daniela Arruda Benjamin, diretora do Departamento de Integração Regional (DIR) do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, frisou na abertura oficial do ACE a urgência de enfrentar as causas e consequências das mudanças climáticas — pauta que, segundo ela, precisa estar integrada à realidade regional.

“Diante dos desafios atuais, essa discussão é imprescindível e inadiável. Belém representa uma oportunidade concreta para avançarmos nesse debate, com temas e experiências de interesse comum”, afirmou. Daniela Arruda destacou ainda a programação do evento, que inclui visitas a unidades da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) na Amazônia, ao Ecoparque Benevides — referência em inovação sustentável —, universidades locais e ao Parque de Ciência e Tecnologia Guamá.

Matthew Lowe, conselheiro econômico dos Estados Unidos

A cerimônia de abertura oficial contou com a participação da embaixadora Daniela Arruda Benjamin; do representante interino dos Estados Unidos, Lee Lipton; da secretária-executiva de Desenvolvimento Integral da OEA, Kim Osborne; do conselheiro econômico da Embaixada dos EUA no Brasil, Matthew Lowe; do diretor-presidente da Fundação Guamá, João Weyl; do presidente da Prodepa (Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Pará), Carlos Maneschy e de outras autoridades e representantes governamentais e de agências de atração de investimentos.

Cooperação -O Americas Competitiveness Exchange é reconhecido como a principal plataforma de promoção do desenvolvimento econômico, da inovação e do empreendedorismo nas Américas. A iniciativa, liderada pela OEA e apoiada pelos Departamentos de Comércio e de Estado dos Estados Unidos, tem como missão impulsionar a competitividade e fomentar a cooperação entre países do hemisfério.

Por meio da troca de conhecimentos, da articulação de parcerias estratégicas e do fortalecimento de projetos colaborativos, o programa busca aprimorar os ecossistemas de inovação, estimular o empreendedorismo e elevar o desempenho econômico em toda a região — com impacto também em outras partes do planeta.

Serviço: 21ª edição do Americas Competitiveness Exchange. De 25 a 29 de agosto, no Grand Mercure Hotel, em Belém.