POLÍTICA Política
Padilha avalia ir a Nova York para assembleias da ONU e Opas
Ministro diz que compromissos internos podem impedir viagem
19/08/2025 16h36
Por: Redação Fonte: Agência Brasil

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse nesta terça-feira (19) que avalia se irá à conferência internacional da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), agendadas para setembro, em Nova York.

A declaração foi dada no momento em que a esposa e a filha de 10 anos de idade do ministro tiveram os vistos de entrada nos Estados Unidos cancelados pelo governo norte-americano, em 15 de agosto . O visto do ministro não é passível de cancelamento, porque está vencido desde 2024.

“Eu não tenho uma decisão ainda se vou comparecer tanto à Assembleia Geral da ONU quanto à Assembleia Geral da Opas, por conta dos compromissos locais [no Brasil]”, disse.

“A gente tem dificuldade de sair de Brasília por conta das votações no Congresso Nacional do atendimento e da implementação do [programa] Agora tem Especialistas . Não tenho a decisão ainda se vou poder participar ou não”, explicou.

Em café da manhã com jornalistas, o ministro citou uma declaração do escritor nordestino Ariano Suassuna (1927-2024), que expressa surpresa.

"Tem gente que acha que o mundo se divide em quem foi à Disney, e quem quer ir para Disney, ou quem não foi para Disney”, disse, acrescentando de forma irônica, “eu não tenho intenção nenhuma de ir para Disney".

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Mais Médicos

Dois dias antes do cancelamento dos vistos de familiares do ministro da Saúde, o Departamento de Estado dos Estados Unidos revogou os vistos de funcionários do governo brasileiro ligados à implementação do programa Mais Médicos, criado em 2013, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

O programa do governo federal, neste terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem o nome Mais Médicos para o Brasil.

“Eu sempre falei que isso não ia abalar em nada a nossa defesa do programa Mais Médicos e a ação do Ministério da Saúde em defender a saúde. Vamos continuar trabalhando pelo programa Mais Médicos”, reforçou o ministro Alexandre Padilha.

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A política pública para atendimento de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) leva médicos a regiões prioritárias, remotas, de difícil acesso, e com alto índice de vulnerabilidade, onde há escassez ou ausência de profissionais de saúde.

Acordo internacional

O ministro da Saúde disse que, caso venha a participar de eventos em solo norte-americano, teria o respaldo de um acordo internacional que impede que o país sede de escritórios de organismos da ONU proíba o acesso de autoridades participantes aos eventos da organização multilateral.

“Se eu tiver a decisão de ir, tem o acordo de sede. Para sediar um organismo da ONU, e a Opas faz parte do sistema ONU, tem que cumprir regras do acordo de sede. Uma delas é garantir o acesso das autoridades que estão convidadas e que participam das atividades. Mas eu não tenho decisão ainda, se vou estar presente ou não, por conta das questões internas”.

Ato covarde

O ministro da Saúde comentou que a família tinha os vistos para poder visitar parentes naquele país: o irmão de Padilha, a sobrinha com idade próxima à da filha, e a madrasta do ministro. Eles moram nos Estados Unidos e são cidadãos norte-americanos.

Padilha voltou a classificar como ato de covardia o cancelamento dos vistos de sua esposa e filha, pelos Estados Unidos, mas considera que o impacto familiar já foi solucionado.

“A gente vai se encontrar em outros lugares. Já superamos essa ação, esse ato de covardia. Vamos tocando a vida”, afirmou.