Geral COP30
Sespa e Forças Armadas realizam treinamento para emergências químicas, biológicas e radiológicas
A capacitação reforça a integração entre saúde pública, segurança e resgate para atuação rápida em situações de risco durante a conferência ambiental
08/08/2025 21h01
Por: Redação Fonte: Secom Pará

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) participou, no período de 4 a 8 de agosto, de treinamento especializado em Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN), promovido pelo Comando Operacional Conjunto Marajoara – estrutura criada pelo Ministério da Defesa para coordenar as ações de segurança e defesa durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30).

A atividade ocorreu no 2º Batalhão de Infantaria de Selva (2º BIS), em Belém, e reuniu Forças Armadas, Corpo de Bombeiros Militar, Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e equipes técnicas da Sespa em um exercício prático para aprimorar a capacidade de resposta a emergências envolvendo agentes perigosos.

O general do Exército Júlio César Belaguarda Nagy de Oliveira, à frente do Comando Conjunto Marajoara, destacou que essa foi a segunda capacitação específica sobre defesa QBRN promovida pelo grupo, formado por militares da Marinha, Exército e Aeronáutica. “A iniciativa une esforços de diferentes setores responsáveis pela proteção e assistência à população, para aprimorar a qualificação dos militares e preparar equipes para atuar tanto na prevenção quanto no atendimento imediato a incidentes dessa natureza”, afirmou.

A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador da Secretaria, Roberta Souza, ressaltou que essa integração é fundamental para reduzir riscos e fortalecer a capacidade de resposta às emergências. “O trabalho é coordenado e envolve desde a detecção do agente até o encaminhamento das vítimas para hospitais de referência, com previsão de retaguarda estadual para suporte imediato”, explicou.

Simulação e protocolos -O treinamento simulou a liberação de um agente químico durante a chegada de uma autoridade, atingindo a comitiva e o público presente. A partir desse cenário, foram acionados procedimentos de evacuação, atendimento pré-hospitalar, descontaminação e encaminhamento a unidades especializadas.

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A simulação foi conduzida pelo Pelotão de Reconhecimento e Vigilância Química do 1º Batalhão de Defesa QBRN, comandado pelo tenente Alessandro Ferreira. “O objetivo é treinar, de forma realista, a contenção de incidentes e a recuperação de pessoas, equipamentos e estruturas afetadas”, informou. Ele explicou ainda que agentes químicos são armas não convencionais, capazes de provocar efeitos graves no organismo, como sufocamento, comprometimento neurológico e bloqueio da troca gasosa no sangue.

Atendimento e unidades de referência -No Pará, o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua, é referência para casos de contaminação por agentes químicos e radiológicos, enquanto ocorrências envolvendo agentes biológicos são direcionadas ao Hospital Universitário João de Barros Barreto.

Nayara Nonato, coordenadora da Central de Regulação de Internação da Sespa, destacou a importância do fluxo correto de encaminhamento dos pacientes às unidades de atendimento. “A regulação tem papel fundamental nesse contexto. Vítimas expostas a agentes químicos e radiológicas vão para o HMUE para estabilização, enquanto casos biológicos seguem para o Barros Barreto. Quando necessário, podem ser transferidas para unidades de referência nacional”, completou.

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A capacitação integra os preparativos estratégicos para a COP30, que será realizada em novembro, em Belém, reforçando a prontidão das equipes de saúde, segurança e resgate para proteger a população e as delegações internacionais que participarão do evento.

Texto: Bianca Botelho – Ascom/Sespa