Geral SAÚDE
Projeto ‘Sininho do Amor’ celebra altas de bebês da UTI no Hospital da Transamazônica
Iniciativa da Enfermagem reforça a humanização no cuidado com crianças prematuras
08/08/2025 17h18
Por: Redação Fonte: Secom Pará

Uma das regras no hospital é manter o silêncio, mas tem um dia em que ela pode ser quebrada: quando o sino toca para anunciar que mais um bebê venceu e está pronto para voltar para casa. O projeto ‘Sininho’ é realizado pelo Hospital Regional Público da Transamazônica (HRPT), em Altamira, sudoeste do Pará, e desta vez tocou para comemorar a alta de Asaf de Jesus Lima, exatamente um mês depois de nascer. Prematuro, Asaf precisou ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

“Veio apressado, com 31 semanas e dois dias”, brinca aliviada a mãe, Raquel Oliveira de Jesus, sobre o parto um mês e meio antes do previsto. “Foi preocupante, mas hoje é uma calmaria muito grande pela atenção que foi dada pela equipe do hospital. Quero agradecer a todos e que Deus abençoe cada um”, completa Aldicinei de Oliveira Lima, o pai.

Quando veio ao mundo, aos sete meses, Asaf pesava apenas dois quilos. Era tão pequenino que cabia nas mãos do pai. Com o tratamento no Hospital Regional, além de peso, o bebê ganhou resistência e aumentou a imunidade que era quase inexistente devido à prematuridade.

Áurea Machado é uma das técnicas de Enfermagem responsáveis por acompanhar as crianças. Desde a troca das roupinhas até alimentação especial, quando a mãe não consegue amamentar, é a profissional que ajuda em tudo. Áurea conta que, claro, torce pela melhora dos bebês e que eles possam ir para casa o quanto antes, mas confessa que fica aquela saudade. “É uma rotina de cuidados, é só gratidão pela ida deles para casa, mas a gente se apega, não tem como não se apegar”.

Quem também comemorou a alta foi Luana Abreu, mãe da Elisa, que nasceu no mesmo período que Asaf, e segue em recuperação na UTI. Ela conta que, devido à rotina hospitalar e à falta de familiares e pessoas conhecidas, as genitoras criam laços e dão apoio umas às outras. “Todas as mães passam por um processo, a gente convive junto, como se estivesse na mesma casa, não tem nem palavra pra explicar”.

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Pequenos jogadores - O Hospital Regional da Transamazônica é referência em atendimentos de média e alta complexidade, e carrega o selo de excelência no tratamento de bebês e recém-nascidos prematuros. O reconhecimento vem a cada novo projeto, como o ‘Sininho’, criado em setembro do ano passado.

A equipe da UTI buscava ideias para proporcionar mais qualidade às mães e aos bebês, da chegada à alta. Foi aí que Fernanda dos Santos Tameirão, que há treze anos dedica a vida à Enfermagem, pensou: “por que não comemorar com as mães que passam até quatro meses com seus bebês na UTI?”.

A ideia deu certo, agradou e virou uma espécie de assinatura do setor. É como se fosse a comemoração de uma partida de futebol, mas, nesse caso, no lugar do gol, os pequenos jogadores lutam pela sobrevivência, e contam com uma torcida de peso. “Cada nenezinho é um pouco nosso, a gente se doa, dá o melhor por cada um aqui internado. A gente quer ver eles indo embora com os pais. O ‘Sininho’ é isso, envolve muito amor”, explica Fernanda. Desde que o projeto foi criado, 55 bebês que precisaram ser internados nas UTIs Neonatal, Pediátrica e Berçário ‘tocaram’ o sino.

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Para o coordenador de Enfermagem do HRPT, Cleiton Araújo, “o principal objetivo do projeto ‘Sininho’ é melhorar o período em que as mães ficam no hospital e comemorar as conquistas que são alcançadas com o bebê, desde o processo de internação”. Cerca de 12 recém-nascidos prematuros dão entrada na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Regional da Transamazônica, todos os meses.

Texto: Rômulo D’Castro (HRPT)