A atleta paraense Dayse Silva, referência nacional no boliche, protagonizou uma das trajetórias mais emocionantes do Campeonato Sul-Americano de Boliche 2025, realizado entre os dias 13 e 19 de julho, em Lima, no Peru. Representando o Brasil na categoria sênior, Dayse estreou pela primeira vez nessa categoria e voltou ao país com o título de campeã sul-americana, ao lado de suas companheiras de equipe: as atletas Jacque Costa (MG), Marizete Scheer (MT) e Titila Alvarez (BA). A atleta contou com o apoio do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel).

“Foi algo extraordinário, de grande superação, especialmente por conta do frio intenso que enfrentamos. Estrear na seleção sênior e voltar com o ouro, não tem preço”, disse Dayse Silva, logo após o torneio. “Esse é o mérito de um trabalho feito antes, de preparação, foco e determinação. Não é no campeonato que se conquista a medalha. A gente chega lá pronta para isso”, completou a paraense.

A competição reuniu atletas de 12 países sul-americanos, incluindo potências como Colômbia, Argentina, Chile e Venezuela. A Seleção Brasileira sênior travou um duelo acirrado com a equipe colombiana, que chegou como favorita ao título.

“Na quarta partida estávamos praticamente empatadas. Foi quando a gente se reuniu, se abraçou e decidiu que era hora de mudar a cor da medalha. A prata já era nossa. Fomos buscar o ouro”, relatou Dayse, emocionada.

Além do desempenho técnico, a competição foi marcada por intercâmbio cultural e aprendizado. “Não é só boliche. Em competições internacionais, aprendemos muito com outros atletas, técnicos, novas técnicas, estruturas diferentes. A evolução é contínua”, destacou. Dayse, que também atua como técnica de base, aproveitou o torneio para apoiar os atletas juvenis presentes: “É gratificante poder ser espelho para os mais jovens, compartilhar conhecimento e mostrar, com o exemplo, que vale a pena se dedicar ao esporte”.

O título também representa um marco para o esporte paraense. Dayse Silva fez questão de agradecer o apoio da Secretaria de Esporte e Lazer do Pará (Seel). “A Seel sobe no pódio comigo. Esse apoio é essencial, é um elevador que nos permite focar no desempenho e não em preocupações básicas. Sou grata aos secretários Cássio Andrade, por sempre acreditar no meu trabalho e no esporte”, disse a atleta.

Representar o Brasil é um privilégio, mas para Dayse, o sentimento é ainda mais profundo: “Subo com a bandeira do Brasil, mas o coração quer cantar o Hino do Pará. É uma honra levar meu Estado ao pódio”. Para encerrar, a multicampeã fez um desabafo sincero sobre os bastidores da vida esportiva.

“Ser atleta de alto rendimento exige abdicação. Chegar à seleção é difícil, mas se manter é ainda mais. A rotina é puxada, muitas vezes sofrida, mas quando você sobe ao pódio e sente aquele orgulho… tudo vale a pena. É uma sensação única. Eu venci.”

O próximo desafio da atleta paraense será o Campeonato Mundial de Boliche, no próximo mês de outubro, que será realizado em Reno, estado de Nevada, nos Estados Unidos.

Texto de Pedro Arthur, com supervisão de Jessé Lima