Geral SAÚDE
Médica da rede estadual de saúde dá orientações sobre cuidados com a pele neste verão amazônico
A hidratação é o carro-chefe. O cálculo é de 30 ml por quilo para a pessoa que não se expõe ao sol e de até 50 ml por quilo para quem for para luga...
03/07/2025 10h37
Por: Redação Fonte: Secom Pará

Cuidados com a hidratação, proteção solar e alimentação estão entre os principais alertas dos médicos que atuam na rede estadual de saúde pública, neste verão amazônico, período de altas temperaturas no Pará. No mês de julho, durante as férias escolares, a exposição aos raios solares em praias e balneários é mais prolongada e merece atenção redobrada do público, em geral.

A dermatologista do Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), Juliana Barcellar, pontua a desidratação grave e as queimaduras de primeiro ou segundo grau como riscos imediatos. De acordo com a profissional, a melhor forma de hidratar a pele é a ingestão de líquidos.

O cálculo é de 30 ml por quilo para a pessoa que não se expõe ao sol e de até 50 ml por quilo para uma pessoa que está em um ambiente muito quente e de exposição. Por via oral, a indicação é água e sucos naturais e na via cutânea, os hidratantes dermatológicos devem ter, preferencialmente, ativos calmantes como o pantenol, vitamina A e E.

“Em relação às queimaduras, é importante reforçar também que o protetor solar precisa ser reaplicado, mesmo que a pessoa não esteja no sol, porque essa barreira diminui com o tempo. Queimadura solar considerada leve é aquela que o paciente fica com a pele rosada e com um discreto desconforto local, já quando o paciente começa a ficar com a pele demasiada ou começam a aparecer bolhas, a gente já considera uma queimadura solar moderada. Se as bolhas evoluem para grande quantidade, dor intensa e sintomas sistêmicos como febre, calafrio, mal-estar ou queda de pressão já é considerada uma queimadura mais grave”, explica a médica.

A preferência para exposição ao sol deve ser, de acordo com a dermatologista, nos horários menos intensos, antes das 9h30 e depois das 16h30. A orientação é de que, além do protetor solar (fator de proteção acima de 70 em praias, piscinas e balneários), o uso de proteção solar de barreira seja feito, com blusas de proteção ultravioleta, chapéu, óculos, boné, protetor labial, guarda-sol, entre outros.

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Priorizar refeições leves e de fácil digestão

Em relação à alimentação, a orientação é dar preferência a frutas que sejam ricas em água, refeições mais leves de fácil digestão e, se possível, fracionar pequenas refeições ao longo do dia, sem a opção de frituras e alimentos gordurosos, que são mais difíceis de digerir.

A esteticista Norma Danielle, mãe da Maria Paula, 5 anos, intensifica os cuidados com a criança neste período de férias, quando costuma liberar a brincadeira por mais tempo ao ar livre. “Procuro sempre priorizar roupas leves, cabelo preso por conta do calor, com garrafinha de água ao lado. O uso do protetor solar deve ser indispensável, assim como a reaplicação. Se for pra praia ou piscina, ela já sabe, precisa usar camisa térmica, guarda-sol e reforçar todos os cuidados do dia a dia”, pontua.

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Riscos de doenças por causa da exposição ao sol

A Policlínica Metropolitana, em Belém, intensifica nesse período os alertas sobre os riscos das doenças dermatológicas causadas pela exposição à radiação ultravioleta. Por mês, a unidade oferece cerca de 700 atendimentos gratuitos no serviço de dermatologia, com atendimentos de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, para doenças cutâneas inflamatórias, infecto-contagiosas e biópsia para diagnosticar o câncer de pele. São realizados exames de dermatoscopia, histopatológico de pele e imuno-histoquímica.

No Brasil, o câncer de pele representa 33% de todos os diagnósticos oncológicos, sendo uma das principais doenças associadas ao excesso de sol. Além da doença, outras condições dermatológicas podem ser agravadas, como a queratose actínica, que são lesões pré-cancerígenas que surgem como pequenas feridas vermelhas, endurecidas e ásperas; os Melasma, que são manchas escuras, geralmente no rosto, que podem se intensificar com o sol; e a fitofotodermatose, que é uma reação inflamatória provocada pela combinação de substâncias fotossensibilizantes, como o suco de limão, e exposição solar.